Introdução: O Chikungunya vírus é um RNA vírus do gênero Alphavirus, transmitido por vetores Aedes ssp. A partir de 2005, poucos casos clínicos graves e óbitos haviam sido associados a infecção pelo vírus. Quadros graves tornaram-se conhecidos após circulação viral em extensas epidemias. No Brasil, detectou-se transmissão autóctone apenas em 2014 e no Tocantins a partir de 2015. Este trabalho objetiva avaliar e comparar as taxas de incidência (TI) da Chikungunya de 2014 a 2017 do Tocantins e do Brasil. Material e métodos: trata-se de uma avaliação transversal, retrospectiva e descritiva, baseada nos dados fornecidos pelo Ministério da Saúde via Sistema Nacional de Agravos Notificáveis. Foram analisadas as TI de 2014 a 2017 do Tocantins e do Brasil. Resultados: A TI da Chikungunya no Tocantins partiu de 0 em 2014 para 209,9 em 2017, com tendência nos últimos três anos sempre crescente. Já no Brasil, a TI saiu de 0,03 em 2014, atingindo a máxima de 127 em 2016 e queda para 85,8 em 2017. Comparando as TI do Tocantins e Brasil, em 2017, a do estado superou a nacional em 244,63%. Discussão: A inclusão da Chikungunya entre os diagnósticos diferenciais de arboviroses faz com que o sistema de vigilância nacional seja então submetido a dificuldades inerentes às epidemias. A subnotificação e a divergência nos critérios diagnósticos sujeitam por igual os números de casos possíveis. Todavia, o fato da TI crescente no Tocantins não acompanhar a tendência nacional de redução no ano de 2017 pode indicar outros fatores influentes. Condições ambientais, coinfecção, disponibilidade de exames diagnósticos ágeis nos serviços de saúde e eficácia das medidas preventivas poderiam justificar tal dissonância. Conclusão: A situação atual da Chikungunya requer um seguimento mais apurado, e a identificação da divergência na TI entre Tocantins e Brasil pode servir de subsídio para novos estudos. Palavras-chave: Epidemiologia; Incidência; Infecções por Arbovírus; Sistemas de Informação em Saúde; Vírus Chikungunya. ABSTRACT Introduction: Chikungunya is an RNA virus of the genus Alphavirus, transmitted by Aedes ssp. Since 2005, few serious clinical cases and deaths had been associated with virus infection. Severe conditions became known after viral circulation in extensive epidemics. In Brazil, autochthonous transmission was detected only from 2014, whereas in Tocantins only from 2015. This study aims to evaluate and compare the incidence rates (IR) of Chikungunya from 2014 to 2017 of Tocantins and Brazil. Material and methods: this is a transversal, retrospective and descriptive evaluation, based on data provided by the Ministry of Health via the National System of Notifiable Diseases. IR were analyzed from 2014 to 2017 of Tocantins and Brazil. Results: Chikungunya's IR in Tocantins went from 0 in 2014 to 209.9 in 2017, with an increasing trend in the last three years. In Brazil, IR went from 0.03 in 2014 to 127 in 2016 and fell to 85.8 in 2017. Comparing IR from Tocantins and Brazil in 2017, the state's IR exceeded national by 244,63%. Discussion: The inclusion of Chikungunya among the differential diagnoses of arboviruses makes the national surveillance system to be subjected to difficulties inherent in epidemics. Underreporting and divergence in diagnostic criteria equally subject the number of possible cases. However, the fact that the growing IR in Tocantins does not follow the national reduction trend in the year 2017 may indicate other influential factors. Environmental conditions, coinfection, availability of agile diagnostic tests in health services and efficacy of preventive measures could justify such dissonance. Conclusion: The current situation of Chikungunya requires a more accurate follow-up, and the identification of the divergence in IR between Tocantins and Brazil can serve as a subsidy for new studies. Keywords: Arbovirus Infections; Chikungunya virus; Epidemiology; Health Incidence; Information Systems.
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