Brejos de altitude são áreas de exceção climato-edáfico-ecológicas inseridas no domínio semiárido do Nordeste do Brasil, apresentando uma variação paisagística bastante expressiva. Suas peculiaridades mesológicas, quando comparados com o entorno e entre si, têm despertado o interesse de pesquisadores tanto para fins de caracterização quanto de planejamento, uma vez que essas áreas possuem valor ambiental e econômico expressivos no contexto semiárido brasileiro. Neste sentido, o objetivo desse trabalho é reunir e discutir as principais características fisiográficas já estabelecidas para os brejos de altitude. Foram consultados periódicos, teses, dissertações, livros e relatórios técnicos que se propuseram a definir e caracterizar os brejos de altitude nordestinos. Ao final, foi possível contabilizar um total de 10 áreas classificadas como enclaves, bem como definir os atributos fisiográficos que as definem. Essas características geraram um quadro síntese que permitiu a realização de uma análise comparativa a partir dos elementos descritivos identificados em cada obra consultada.
O estudo da dinâmica geomorfológica demanda o reconhecimento dos processos superficiais. A partir de uma visão sistêmica, os elementos da paisagem e os inputs de energia atuando sobre eles se refletem nos ambientes de sedimentação e seus depósitos. Neste contexto, as áreas de exceção úmida circunscritas pelo ambiente semiárido do Nordeste do Brasil compõem um conjunto ambiental único, cujos registros de eventos denudacionais pretéritos, sob a forma de depósitos de encosta representam um proxy regional de grande qualidade para a reconstrução de sua evolução temporal. Diante disso, este trabalho buscou identificar os marcadores da dinâmica geomorfológica do maciço sub-úmido de Mata Grande, Alagoas, expressos em suas coberturas superficiais, comparando-os com os de outras áreas congêneres sobre a Província Borborema. A pesquisa partiu da descrição dos colúvios da área, por meio da análise de sua granulometria e morfoscopia, no intuito de proceder comparações com materiais semelhantes oriundos de outros brejos de altitude. Observou-se que os colúvios de Mata Grande são compostos em sua maior parte por areia lamosa, ocorrendo ainda fluxos de detritos incorporando de seixos a matacões. Os materiais mostraram-se semelhantes aos dos outros ambientes de encostas sub-úmidas do NE, corroborando a existência de uma dinâmica própria a esses ambientes.
A presente pesquisa teve como objetivo mapear as unidades de morfoestruturas e morfoesculturas, no município alagoano de Mata Grande, aplicando a metodologia sistematizada no Congresso da União Geográfica Internacional em 1968 e editada por Demek em 1972. Foram utilizados dados de estrutura e geologia provenientes da CPRM, lineamentos de relevo, rugosidade de relevo e declividade obtidos através da construção de um Modelo Digital de Elevação, gerado a partir de imagens ALOS com resolução de 12,5m. Através do mapeamento foram identificadas 11 unidades morfoestruturais, além de unidades morfoesculturais que mostraram-se como ferramentas de base para o planejamento de manejo da área que se constitui como cabeceira de drenagem de até 3 bacias hidrográficas são franciscanas. Destaca-se na análise em tela o maciço de Mata Grande como brejo de altitude, possuidor de condições ambientais diferenciadas de seu entorno semiárido.
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