As doenças cardiovasculares foram a principal causa de morte no Brasil em 2019. Procedimentos cardíacos ambulatoriais são essenciais ao diagnóstico e acompanhamento das condições cardíacas. A pandemia de COVID-19 gerou atrasos e perdas de diagnósticos devido à menor procura por atendimento médico em diversos países. Isto relaciona-se ao aumento de morbimortalidade por doenças tratáveis e preveníveis. O objetivo do estudo é identificar se houve menor número de procedimentos cardiológicos ambulatoriais no Brasil durante os meses de 2020 e 2021 em comparação à média entre os meses dos cinco anos anteriores (2015 a 2019). A diminuição dos procedimentos indicaria causa possível ao aumento da morbimortalidade por doenças cardiovasculares no Brasil durante a pandemia. Foram utilizados dados disponibilizados pelo Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS). Os resultados revelaram queda de 20,94% em 2020 e 14,63% em 2021 no número de procedimentos realizados em comparação à média dos anos de 2015-2019. Ademais, observou-se correlação entre o número de procedimentos ambulatoriais realizados e o status da pandemia no Brasil, na medida em que os meses mais graves e mais rígidos ao isolamento coincidem com os momentos de maior redução nos procedimentos ambulatoriais cardiovasculares.
RESUMO
RESUMOA pandemia de COVID-19 gerou e amplificou, simultaneamente, crises pessoais, sociais, médicas, políticas e econômicas, gerando impactos de saúde indiretos na população, como psicopatologias. Nesse contexto, é sugerido maior risco de comportamentos suicidas por indivíduos vulneráveis. A fim de melhor compreender este novo cenário de morbimortalidade, este estudo foi realizado por meio de dados disponíveis no Datasus. Foram utilizadas causas múltiplas de morte relacionadas às lesões autoprovocadas. Comparou-se as notificações de óbito do grupo CID-10 X60-X84, correspondente às lesões autoprovocadas intencionalmente, no ano de 2020 com a média das notificações nos cinco anos anteriores à pandemia (2015-2019). Como resultados principais, obteve-se aumento das notificações por "autointoxicação por e exposição, intencional, a outras drogas, medicamentos e substâncias biológicas e às não especificadas" e "lesões autoprovocadas intencionalmente por enforcamento, estrangulamento e sufocação"; diminuição das "lesões autoprovocadas intencionalmente por precipitação de um lugar elevado" e manutenção da "autointoxicação voluntária por álcool" como a causa com notificações mais proporcionais enquanto "causa básica" e "menções diagnósticas". Os dados mostram que a pandemia modificou o padrão de mortes autoprovocadas. Além disso, contribuem na estruturação literária sobre a temática das lesões autoprovocadas.
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