Resumo Por meio da perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso, este artigo reflete sobre o processo de ensino-aprendizagem de língua portuguesa no Brasil, detendo-se em uma prática recorrente de oposição ou de desarticulação da língua à gramática, matriz de um debate sobre ensinar ou não gramática na escola. Para refletir sobre a gramática como componente de ensino de língua portuguesa na educação básica, trabalham-se as condições de produção do ensino de língua na escola, buscando indícios históricos da desestabilização sofrida pelo saber-fazer a língua, bem como procura outro olhar à relação língua versus gramática, com vistas a contribuir para a formação do professor e ao debate sobre o tema, nos demais espaços em que ele for pertinente.
Resumo: Neste artigo, objetivamos apresentar a reflexão que produzimos na nossa dissertação de mestrado intitulada Do lugar do linguista e da língua como objeto de divulgação. Sob a ótica da língua como um objeto de divulgação, numa perspectiva que desliza para a sua significação como objeto de mercado, trabalhamos com textos de divulgação de autoria de linguistas buscando observar como sujeitos da ciência "publicizam" o conhecimento sobre a língua, tomando o cuidado de questionarem e confrontarem ou apenas reforçando sentidos já instituídos e que legitimam processos de inclusão/exclusão também já instalados (Orlandi, 2006). Palavras-chave:Língua; Discurso de divulgação científica; Linguista.O problema de pesquisa para o qual voltamo-nos, em nossa dissertação de mestrado, a língua enquanto um objeto de divulgação, foi problematizado sob a ótica de um objeto que se constitui pelo discurso de divulgação científica e que significa no imaginário social como um meio de comunicação e um conhecimento necessário. Ela assim significa, no entanto, porque ligada a sentidos próprios à língua nacional que, enquanto unidade político-simbólica de um país, representa-se como um sistema totalizante pelo caráter material do sentido e pressupõe respeito à norma gramatical no âmbito da escrita vide a tradição escolar, assim reproduzindo-se também no imaginário da fala.Marco de valorização social de um modo de expressão legítimo, a língua nacional como saber necessário responsabiliza o sujeito (cf. Pfeiffer, 2002), o que na mídia mercantiliza-se como o bom uso, a boa compreensão, e faz da língua uma relação termo-a-termo com o pensamento em uma ótica purificadora e idealista, como se tudo pudesse ser dito bastando evocar um poder criador inscrito na língua e no sujeito. Este é um processo que se encena sem equívocos e de modo tão imediatista como qualquer outro que põe em relação conhecimento e objeto no mercado de informações. Sobretudo, porque se produz como se os sentidos existissem em si mesmos, em relação transparente com a literalidade do significante (Pêcheux, 1995).
Resumo: Neste artigo, refletimos sobre o processo de (re)constituição da história da língua portuguesa, a partir da Linha do Tempo, um dos setores permanentes do Museu da Língua Portuguesa. Com base nos pressupostos teóricos da Análise de Discurso, confrontamos o conceito de tempo nos domínios da História, para discutirmos a relação entre a língua e o tempo e o modo como, no arquivo do museu, a memória da língua é trabalhada a partir de marcos temporais e acontecimentos que são organizados linearmente com vistas à legitimação do museu como guardião da memória e da história da língua portuguesa.Palavras-chave: Língua. Linha do tempo. Museu da Língua Portuguesa. História. Memória. Abstract:In this article, we explore the process of (re)constitution of the history of the Portuguese Language, displayed in a permanent section of the Museum of the Portuguese Language, called Timeline. Based on the theoretical approach in discourse analysis, we examine the concept of time in the field of history, and analyze the relationship between language and time. Furthermore, we investigate the manner which, in the museum's archives, the memory of language is established from temporal landmarks and events, which are linearly arranged, legitimizing the museum as a guardian of the memory and history of the Portuguese language.
Neste artigo, tratamos da língua como objeto de museu em face do Museuda Língua Portuguesa. Inscritos na perspectiva teórico-metodológica da Análise deDiscurso, discutimos o modo de constituição do arquivo do referido museu, observandoa língua como objeto simbólico que desliza por entre distintos movimentos de sentido,no jogo entre a possibilidade de um efeito de estabilização e o acontecimento no mundo.Tal proposta nos encaminha à reflexão sobre um possível processo de “musealização”da língua, ao mesmo tempo em que engloba os conceitos de museu e de arquivo revistosem sua historicidade.
Este trabalho objetiva analisar o Projeto de Lei n. 1676, de 1999, proposto pelo deputado federal Aldo Rebelo, que dispõe sobre a promoção, a proteção, a defesa e o uso da língua portuguesa e dá outras providências. Inicialmente, é importante ressaltarmos que tal documento visa a uma homogeneização da língua portuguesa, buscando uma “limpeza” dos estrangeirismos e uma unidade linguística que, como se sabe, é inalcançável. Com essa análise, almejamos observar como o discurso desse Projeto de Lei, principalmente o que é apresentado em sua justificativa, mobiliza, por meio de uma política de língua(s) explícita, alguns conceitos que envolvem um imaginário de língua que foge à nossa realidade e ao espaço de enunciação brasileiro. Além disso, é importante a discussão sobre identidade nacional e língua nacional, esta tida como patrimônio cultural, pois são mobilizados conceitos que envolvem toda uma história do sujeito com a língua, em que a questão da identidade brasileira é bastante complexa. A perspectiva teórico-metodológica que embasa este trabalho é a Análise de Discurso, postulada por Michel Pêcheux, na França, e desenvolvida por Eni Orlandi e demais pesquisadores no Brasil. Em oportunidade anterior, analisamos o Diretório dos Índios, documento do século XVIII tido como a primeira política de língua(s) explícita de Portugal em relação à língua que deveria ser falada e ensinada em sua colônia. Sendo assim, relacionar o Diretório às políticas de língua(s) mais atuais também é fundamental para a compreensão da nossa forma-sujeito histórica, no que tange à relação entre língua e sujeito.
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