O extrativismo de bauxita é um dos mais importantes segmentos da indústria mineradora do Brasil. Apesar disso, sua exploração ocorre principalmente na região norte do país, onde encontra-se a Floresta Amazônica. O desmatamento para a prática extrativista pode levar a danos ambientais irreversíveis. O objetivo do estudo é a análise temporal da recuperação vegetal em uma área impactada pela mineração de bauxita no Pará, Brasil, por meio da técnica de regeneração natural. A análise foi realizada utilizando imagens de satélite Landsat para calcular o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada - NDVI, o Índice de Vegetação Ajustado ao Solo - SAVI e o Índice de Vegetação Melhorado - EVI, por meio de análises numéricas e visuais. As datas das imagens cobrem o período pré impacto (1984-2006), durante a mineração (2007-2009) e após a aplicação da regeneração natural (2010-2019). A técnica de regeneração natural, mostrou-se eficiente para a melhoria da área. Pela análise numérica, a recuperação, após a aplicação da técnica, corresponde a um crescimento dos valores absolutos de 110% para o NDVI e SAVI e 120% para o EVI. Na avaliação visual detectou-se heterogeneidade quanto à recuperação, o que possibilita a definição de regiões passíveis de futuras intervenções. Verifica-se que após dez anos da aplicação da técnica, a região encontra-se em estágio de desenvolvimento próximo ao estágio avançado de recuperação. Assim, as técnicas de recuperação precisam ser estrategicamente escolhidas e acompanhadas a longo prazo.
A gestão de resíduos no Brasil é regulamentada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) desde 2010. Ao longo de uma década o país tem avançado na regulamentação e no desenvolvimento de soluções para a implementação de Sistemas de Logística Reversa (SLR) para diferentes categorias de resíduos. Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) foi a última categoria a ser regulamentada dentre àquelas que possuem obrigatoriedade de implementação de SLR. Em razão da complexidade da cadeia e da diversidade de produtos, os REEE demandam estratégias que abrangem desde a efetiva categorização dos tipos de resíduos até o incentivo à adoção de rotas tecnológicas para a recuperação de matéria-prima secundária. Essa última proposta consiste na mineração urbana, a partir da qual é possível a recuperação de valor a partir da obtenção de materiais secundários para aplicação em processos produtivos como alternativa às matérias-primas tradicionais. No entanto, os custos envolvidos na logística reversa e na mineração urbana têm questionado a efetiva contribuição no âmbito da economia circular. Desta forma, este texto apresenta uma abordagem teórica sobre o paradoxo da logística reversa e mineração urbana na gestão de resíduos eletroeletrônicos no Brasil.
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