PRIMEIRA PERGUNTA a ser feita sobre os países que compõe a Europa Oriental é: o que os torna diferentes de outros países subdesenvolvidos na periferia do sistema econômico mundial? A resposta mais simples é, naturalmente, seu poder militar e sua localização geográfica. A Rússia ainda mantém o maior exército na Europa continental, com um contingente de mais de 2,5 milhões. Até dezembro de 1994, além da Rússia, a Ucrânia e o Cazaquistão seguiam sua própria política nuclear e somente a Belorus declarou seu desinteresse em reter o arsenal nuclear. Em segundo lugar, a geografia não segue os novos desenvolvimentos no comércio, tecnologia ou tendências intelectuais, tendo reposicionado seu foco no eixo transatlântico. Portanto, os desastres de várias espécies-desde as repercussões da usina nuclear de Chernobil, ainda em funcionamento, até os intermináveis conflitos inter-étnicos na Bósnia, produzindo centenas de milhares de refugiados-estão fadados a se espalhar mais rapidamente em países centrais da União Européia do que os cataclismas que possam ocorrer em outros lugares. Em terceiro lugar, a maioria desses países, em termos históricos, culturais, religiosos e mesmo políticos e militares, têm sido parte integrante do cenário pan-europeu, especialmente nos últimos dois séculos. Em esportes, política, artes, ciências, música, questões individuais e, mesmo, contatos familiares, várias nações da Europa Central e Oriental não apenas se sentem, mas se tornaram de fato partes integrantes do velho continente no período pré-Yalta.