A palma de óleo ou palma africana (Elaeis guineenses Jacq), conhecida dentre as espécies oleaginosas mais produtivas do mundo, vem sendo cultivada há mais de um século nas regiões tropicais úmidas do globo. No Brasil, a dendeicultura ocupa uma área aproximada de 232 mil hectares produzindo cerca de 500 mil toneladas/ano de óleo de palma, o mais consumido no mundo. Embora o cultivo da palma de óleo seja amplamente difundido, a multiplicação em larga escala de genótipos superiores representa um desafio. Em geral as mudas são obtidas por via seminífera e, mesmo que oriundas de genótipos melhorados apresentam alta heterozigose, resultando em desuniformidade de produção. Diante disso, o cultivo in vitro passa a ser ferramenta essencial para propagação massal de genótipos elites da espécie. No entanto, ainda existem lacunas a serem preenchidas para tornar os protocolos de micropropagação mais eficientes, como prescrições que assegurem a íntegra regeneração de embriões somáticos. O uso de silicatos em cultura de tecidos tem resultado em efeitos positivos no que tange os caracteres morfológicos, anatômicos e fisiológicos das plantas, contudo as respostas biológicas a este mineral são dose e genótipo-dependente. Assim o presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência do silício suplementado em meio de regeneração e germinação do processo de embriogênese somática do genótipo elite AM37. O estudo foi realizado em três etapas do processo de clonagem: a) Regeneração e maturação dos embriões somáticos; b) Germinação dos embriões somáticos e obtenção de plântulas; e c) Aclimatação ex-situ das plântulas. Nas duas primeiras etapas os meios de cultivo foram suplementados com quatro doses do silicato de cálcio (CaSiO 3 ) (0,0 g L -1 , 0,5 g L -1 , 1,0 g L -1 e 1,5 g L -1 ). Na terceira etapa, as plantas resultantes das etapas anteriores foram transplantadas e acondicionadas em casa de vegetação. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado (DIC) composto de quatro tratamentos e n repetições por etapa e os dados foram submetidos à análise de regressão. No fim da primeira etapa o número médio de embriões formados foi quantificado tendo como dose ideal 0,63g L -1 de CaSiO 3 . Na segunda etapa o número de embriões germinados foi quantificado demonstrando decréscimo à medida que se aumentou as doses de CaSiO 3, mas não houve alteração nos caracteres morfométricos das plântulas. As diferentes doses de CaSiO 3 modificam a espessura da parede celular face abaxial e da epiderme face abaxial tendo como dose ideal respectivamente 0,91 g L -1 e 0,47 g L -1 . O aumento das doses de CaSiO 3 causou redução na quantidade de cera epicuticular nos tecidos foliares, mas na etapa de aclimatação as diferentes doses de CaSiO 3 não interferiram na taxa de sobrevivência das mudas bem como nos seus caracteres morfométricos. Assim, as mudas obtidas pelos diversos tratamentos apresentam a mesma qualidade. Diante da intenção de suplementação do meio com silicato de cálcio, indica-se utilizar concentrações entre 0,5 e 1,0 g L -1 sendo estas intermediárias para as variáveis com interferência positiva. Palavras-chave: Melhoramento. Arecaceae. Oleaginosa. Silicato.
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