A 1ª Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, inaugurada dia 18 de junho de 1951 no Centro Cultura e Progresso, em São Paulo, foi pioneira em sua tentativa de promover os quadrinhos à condição de linguagem artística, em paridade com o cinema e a literatura. Ao expor painéis originais que traçavam paralelos entre os quadrinhos, chamada “arte sequencial”, e essas outras formas de mídia, os organizadores, Álvaro de Moya, Jayme Cortez, Syllas Roberg, Reinaldo de Oliveira e Miguel Penteado, engendraram um vigoroso debate acerca do papel formador das histórias em quadrinhos e, mais ainda, dos tênues limiares que separam o que pode vir a ser, ou não, arte. A posição ocupada pelos quadrinhos na imprensa brasileira vinha sendo alargada desde os anos 1940, sendo elas, para além de um passatempo, o objeto de um fragmentário debate público dentro os jornais, do qual a 1ª Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos surgiu como resposta. O acometimento, por um lado, em reiterar os atributos educacionais e lúdicos dos quadrinhos era continuamente freado pela reprimenda de grupos contrários às suas “influências desvirtuantes” e seus “ruidosos efeitos sobre a juventude”. A disputa em favor da consagração das histórias em quadrinhos, por um lado, e em favor da sua censura, por outro, foi a manifestação última de grupos e de projetos bastante distintos, cada qual com imagens bem específicas do que a arte deve ser. A recuperação desse registro, documentado predominantemente por periódicos cariocas e paulistas, passa a ser, então, uma chave para pensar em como o aporte do jornal moderou ricos encontros entre diferentes obras, pessoas e ideias, colocando adiante questionamentos e soluções.
O artigo apresenta a trajetória acadêmica de Vera Zolberg (1932-2016, considerada uma das fundadoras do campo da sociologia da arte nos Estados Unidos. Com base em um relato da socióloga, durante sua última visita ao Brasil, o texto revela as adversidades que ela enfrentou para obter uma formação acadêmica pelo fato de ser mulher, judia, casada e mãe. Da infância no South Bronx, aos estudos no Hunter College, à vida em Boston e no Texas, até o doutorado na Universidade de Chicago, o depoimento de Vera Zolberg evidencia o movimento de sua subjetividade entre oportunidades e adversidades, contingências e surpresas, viagens e deslocamentos em busca de sua autonomia intelectual, assim como nos revela peculiaridades da sociedade norte-americana que raramente aparecem nos discursos sobre o cenário do pós-guerra naquele país.Palavras-chave: Vera Zolberg. Formação acadêmica. Autonomia intelectual. Sociologia da arte.
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