Um conjunto amplo de trabalhos que intersectam os campos da etnologia indígena e das relações humano-animal têm produzido importantes debates antropologia contemporânea. No Brasil, sobremaneira, o debate se concentra sobre material empírico amazônico com o qual se tensiona ontologia e epistemologia com o questionamento dos limites do humano em relação a outros seres e modo como se organizam em mundos. Neste trabalho, iniciamos uma reflexão a partir de pesquisa sobre o Nordeste indígena e de como aspectos destacados de suas sócio-cosmologias - fluxos, trocas e contatos ontológicos - nos levar a pensar em uma rede de trocas complexas e multidirecionais que poderia apresentar uma “nova cartografia social” indígena onde figura, também, de modo mais ou menos consciente, uma nova cosmografia social que complexifica e expande o campo das relações entre humanos e outros mais que humanos na antropologia.
ResumoEste texto pretende apresentar uma das tendências contemporâneas que o budismo vem assumindo ao longo das últimas décadas, sobretudo no Ocidente, em face às mudanças trazidas a cabo pelo contexto globalizado e dinâmico das sociedades atuais. Tal tendência, a progressiva secularização de suas tradições e práticas, bem como a abertura à crítica e à refutação histórico-bibliográfica, ganha aqui seu catalisador na pessoa de Stephen Batchelor, renomado estudioso budista, ex-monge em diferentes ordens tradicionais -nomeadamente a tibetana e o zen da Coreia -e um dos mais destacados defensores da perspectiva secular do budismo contemporâneo. Buscaremos, ao longo desta comunicação, indicar o diálogo potencial que o budismo seculare as perspectivas secularizantes sobre as tradições culturais ortodoxas -apresenta com relação à temática pós-religional, como enunciada pela Associação Ecumênica de Teólogos do Terceiro Mundo e por Marià Corbí. Recorremos, para tal, a referências hermenêuticas modernizadoras e seculares da prática do Dharma, como advogada por Batchelor, entre outros.Palavras-chave: budismo contemporâneo; budismo secular; secularização; Dharma; prática religiosa; AbstractThis paper aims to present one of the contemporary trends on Buddhism, specially from the last decades in West, for its encounter with the globalized and dynamic context of present societies. This Buddhist trend, the progressive secularization of its traditions and practices, not to mention its increasing acceptance of historicaltextual refutation, finds in Stephen Batchelor -a former monk in two different Buddhist traditions, Tibetan and Korean Zen -a catalyzer and a well-known advocate of secular perspective to the contemporary Buddhism. Here we will present the potential dialogue between the Secular Buddhism -besides the secularizing perspectives over orthodox cultural traditions -and the post-religional subject, as proposed by Marià Corbí and the Ecumenical Association of Third World Theologians. For the purposes of this paper we will focus on the modernizing and secular hermeneutics on Dharma practice, as defended by Stephen Batchelor and others.
Na concepção islâmica, os animais não-humanos formam comunidades que se assemelham às dos animais humanos. A partir de trechos das principais fontes do Islam, o Alcorão e as narrativas da vida do Profeta Muhammad, este artigo estuda as relações entre humanos e não-humanos como sustentadas pela tradição islâmica. Considerados os elementos doutrinários e ontológicos dispostos em tais fontes, apontamos para a possibilidade de uma leitura não-antropocêntrica e não-especista do Alcorão que revelam questões antropológicas compatíveis com aspectos da chamada "virada ontológica". Conclui-se, daí, que a tradição do Islam não sugere que os humanos desenvolvam conhecimento sobre os animais apenas, mas que aprendam com os animais, dada a potencialidade pedagógica dessa relação para um melhor entendimento da condição humana.
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