Introdução: A sífilis congênita é considerada indicador de risco para deficiência auditiva, e uma das suas possíveis manifestações clínicas é a perda auditiva, por isso é recomendado o monitoramento audiológico semestral desses bebês durante os dois primeiros anos de vida. Objetivo: Monitorar a saúde auditiva do bebê com sífilis congênita ao longo dos dois primeiros anos de vida. Métodos: Estudo de coorte aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (n° 4.648.404). Foram recrutados 230 bebês no período de maio/2019 a março/2020, divididos em três grupos: expostos a sífilis (Gexp), com sífilis congênita (GSC) e grupo controle (GC). Foram realizados a Triagem Auditiva com Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico-Automático (PEATE-A), o PEATE clique em 80 dB NA e as emissões otoacústivas evocadas transientes (protocolo clínico) com um e três meses no laboratório. Os grupos Gexp e GSC foram acompanhados por pediatras infectologistas e o GC pela puericultura. Todos realizaram, quando indicado, Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas no primeiro e no terceiro mês. Resultados: Dos 230 bebês recrutados, 107 compareceram e 5 foram excluídos por apresentarem outros indicadores de risco para deficiência auditiva. Daqueles, 93 bebês realizaram PEATE-A e 5 apresentaram resultado falha em pelo menos uma orelha, sendo 3 do GC e 2 do GSC, 78 realizaram o PEATE clique, em que 10 apresentaram resultados alterados em pelo menos um dos parâmetros, sendo 3 do GSC e 8 do GC, e 65 bebês realizaram emissões otoacústivas evocadas transientes; destes, 19 tiveram ausência de resposta em pelo menos uma orelha, sendo 7 do GSC, 10 do GC e 2 do Gexp. Conclusão: Até o momento, não houve diferença entre os grupos. Em virtude da pandemia, os bebês não puderam realizar as avaliações audiológicas sequenciais, mas foram acompanhados via teleconsulta com aplicação de checklists. Pretende-se dar seguimento ao projeto, visto a necessidade de esclarecer se há risco do desencadeamento da perda auditiva tardia nesses bebês.
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