Estudos sobre variabilidade climática caracterizam-se como de grande importância para os estudos geográficos já que os extremos climáticos afetam diretamente as condições socioambientais. O presente estudo visa apresentar pesquisas já desenvolvidas sobre a variabilidade climática da chuva na bacia amazônica brasileira, dos oceanos adjacentes e sobre a inter-relação entre eles, com o objetivo de apresentar o estado da arte acerca do tema e contribuir para o desenvolvimento de estudos da área na ciência geográfica. O principal fenômeno que afeta a variabilidade da chuva na bacia amazônica é o ENOS, contribuindo para períodos mais secos quando da sua fase quente e períodos mais úmidos quando de sua fase fria. Também o Atlântico desempenha papel importante na variabilidade da precipitação, especialmente por modular o posicionamento da ZCIT e o transporte de umidade para a bacia amazônica. Artigos apresentados destacam também a importância de se compreender a retroalimentação entre os fenômenos que se desenvolvem no Pacífico e Atlântico, demonstrando que se trata de processos altamente acoplados e de grande complexidade, tanto no seu funcionamento quanto nos efeitos que causam na hidrologia da bacia amazônica. Pode-se concluir que as teleconexões entre a temperatura da superfície do mar e a variabilidade das chuvas na bacia amazônica constituem um tema de grande pertinência e que várias lacunas do conhecimento ainda precisam ser preenchidas.
O avanço das tecnologias de informação relacionado à coleta de dados meteorológicos e ao seu compartilhamento através da internet tem permitido o acesso a uma quantidade significativa de dados relativamente confiáveis para a maior parte do globo, a partir de um computador conectado à internet. Séries temporais incompletas e espacialmente mal distribuídas constituem um dos fatores que levam à reconstrução de dados de precipitação. Dados precisos de precipitação interpolados para grades espaciais regulares constituem uma variável importante para a caracterização climática. A totalidade de variáveis atmosféricas usadas comumente para a explicação da variabilidade da precipitação, obtidas através dos conjuntos de reanálises geradas por modelos numéricos, em diversos centros mundiais, é fornecida em grades espacialmente regulares. O objetivo da presente pesquisa é avaliar, através da análise de estatísticas adequadas, a precisão dos dados de precipitação mensal para a bacia amazônica brasileira organizados pelos centros de pesquisa CRU, GPCC e os obtidos da Reanálise I do NCEP/NCAR em comparação com dados observados organizados pela ANA do Brasil, para o período de 1979 a 2010. Os dados interpolados para grades regulares usados neste estudo foram todos obtidos do ESRL/NOAA. Os valores do coeficiente de correlação linear calculados, para as diversas sub-regiões consideradas na bacia amazônica, entre a precipitação diretamente observada, da ANA, e aquela gerada pelos centros CRU, GPCC e NCEP/NCAR I são altos e significativos, o que demonstra que a utilização de dados reconstruídos e dispostos em grades regulares pode ser aplicada com alta confiabilidade, permitindo a expansão dos estudos em Climatologia Geográfica para as atuais necessidades de avanço dessa disciplina. Os resultados também mostram que a precipitação do conjunto da Reanálise I do NCEP/NCAR apresenta amplitude sazonal bastante inferior à observada nos demais conjuntos de dados usados. O conjunto de dados de grade que apresentou os maiores valores de correlação linear com a precipitação diretamente observada na bacia amazônica, da ANA, foi o GPCC.
Background COVID-19 has confirmed to be a pandemic with global and historical dimensions in the beginning of the 21st century. Climatic conditions are one of the environmental factors that influence communicable diseases, including viral diseases. Despite promising scientific advances into understanding the interaction between climate and COVID-19, a question remains: How can climate influence the pandemic of COVID-19? Methods It was updated the publications available on the climate and COVID-19 using Scopus, Web of Science, and PubMed database from January 1 to May 20, 2020. Statistical analysis, such normality and multicollinearity tests were performed between number of COVID-19 cases and climato-meteorological parameters (temperature, relative humidity, dew point temperature, atmosphere pressure, wind speed, wind gust, rainfall, and solar radiation, nebulosity and insolation ratio) in six Brazilian cities. Results This review reveals that temperature, relative humidity and absolute humidity alone do not able to explain the exponential number of COVID-19 cases. Most studies showed the SARS-CoV-2 satisfactorily can survive in a large range of temperature and humidity in temperature and tropical- humidity climates. Analyzing other meteorological parameter, insolation ratio that is related to the solar radiation and nebulosity, the results and in accordance with other studies suggest the transmission and contagion by SARS-CoV-2 seem to have been enhanced under from medium to low direct solar radiation and covered skies. Conclusions This study showed that the inclusion of other climatic variables, in addition to temperature and humidity, should guide future ecological models on the relationship between climate and COVID-19, especially the insolation ratio influences on the viral transmission in six Brazilian cities. Our findings may support public policies and coordinated actions to reduce and control of COVID-19.
RESUMO: A utilização do conceito de teleconexões atmosféricas pela Climatologia Geográfica permite análise do globo como um todo complexo. Isso porque com o conceito de teleconexões compreende-se que alterações na interação oceano-atmosfera podem se deslocar por meio de ondas planetárias e atingir outros locais do globo (por exemplo, o fenômeno El Niño - Oscilação Sul). Para estudos utilizando-se do conceito de teleconexões atmosféricas são necessários dados globais de componentes atmosféricas, que podem ser obtidos a partir de download de conjuntos de dados disponibilizados por centros de pesquisas meteorológicas. Esses dados são interpolados em grades regulares, resultados de reanálises e/ou de modelos numéricos. Há também a disponibilização de softwares gratuitos adequados para o tratamento dos dados, com a possibilidade de utilização de pacotes estatísticos específicos. Dentre as principais vantagens da utilização de dados globais interpolados em grade espacialmente regular estão a possibilidade de espacialização dos dados em escala global, análise de padrões espaciais característicos, a longevidade e ausência de falhas nas séries temporais, o grande número de variáveis atmosféricas disponíveis (no caso dos conjuntos de reanálise) e a consistência temporal e espacial dos dados.
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