Este trabalho buscou avançar na discussão das interfaces que o livro didático exerce na produção conceituai de práticas pedagógicas, de ideologias e na produção de sentido nas ciências e em seu ensino. Para tal, utilizou-se a pesquisa qualitativa com análise documental, a fim de analisar conteúdos organizados por meio de uma categorização temática. Foram analisados dez livros didáticos de Ciências de diferentes séries, autores e coleções, em uso e catalogados no Banco do Livro de escolas públicas de Dourados , Mato Grosso do Sul. Na maior parte dos livros analisados ficou clara a presença de uma visão de ciência reproducionista, o que pode ser expresso pela frequência de 9:10. Tal fato permite uma compreensão de que os livros têm propiciado a reprodução de verdades científicas, e com isso acabam comprometendo a construção do conhecimento científico na escola. Evidenciou-se, também, que o discurso que o conteúdo apresenta é modo autoritário, fortalece a visão simplista de docência e o positivismo lógico como concepção de ciência. A conclusão remete à necessidade de repensar os modos de produção de ensino em Ciências, além de um exame das políticas públicas e a reflexão- na-ação docente por meio da discussão efetiva acerca do livro didático nos programas de formação inicial e continuada.
O trabalho enfoca um processo de reflexão compartilhada entre pesquisadores e professores de ciências. Investiga como, em tal processo, ocorre uma evolução conceitual sobre o papel do professor de ciências na mediação do conhecimento científico no contexto escolar. Para tal, foram observadas, registradas e transcritas as discussões entre os sujeitos, anotadas em caderno de campo e gravadas em áudio. Os dados são construídos e interpretados segundo procedimentos teórico-metodológicos pautados em uma perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento humano, adotando-se a análise microgenética para investigar o processo de reflexão compartilhada. Os resultados revelam aspectos que caracterizam certa evolução conceitual dos professores participantes, especialmente, no que se refere ao seu papel para despertar o interesse do aluno para a aprendizagem dos conteúdos e para construção de significado dos conteúdos nos alunos.
A estreita vinculação entre a visão de ciência do professor e a sua materialização na forma de atividades experimentais revela alguns dos caminhos construídos na prática docente. Considerando isso e tendo como foco o 9o Ano do Ensino Fundamental, este trabalho relata e discute o processo de intervenção e reflexão coletiva sobre mudanças nas relações entre o uso de experimentos e demonstrações em ciências, em particular a Física, e a prática docente de um grupo de professoras de Biologia da rede pública de ensino de Dourados-MS.
Ações de formação continuada de professores ainda necessitam de discussões, no que se refere às metodologias, conteúdos veiculados, vínculos dessas ações com o desenvolvimento profissional dos docentes e com o projeto da escola. Contudo, como instrumentalizar o professor para que ele construa uma postura permanentemente crítica? Refletir sobre possíveis respostas a essa questão constitui o propósito deste artigo. Para isso é apresentado um recorte, na forma de relato de experiência, de um curso de formação continuada oferecido por professores da UFGD para um grupo de quarenta e cinco professores de Ciências de escolas públicas de Dourados, MS. Durante o curso, procuramos evidenciar, através da reflexão compartilhada, como, no ensino de Ciências, processa-se a articulação entre os conteúdos e questões Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Neste relato de um dos encontros, os conteúdos discutidos são próximos ao ensino de Física: uso de cartões eletrônicos e magnéticos.
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