Resumo:Este artigo discute a relação entre saúde e ambiente em favelas a partir de um projeto de investigação que analisou, por meio de metodologias participativas e de pesquisa-ação, o desenvolvimento de uma política pública (PAC) em três favelas do Rio de Janeiro (Alemão, Rocinha e Manguinhos). Os temas priorizados - moradia e o saneamento - propiciaram levantar três importantes processos reveladores da determinação social da saúde em favelas: o desenraizamento, a provisoriedade e a invisibilidade. Reconhecê-los a partir das vozes dos moradores contribui para o enfrentamento das desigualdades e injustiças por intermédio de uma promoção emancipatória da saúde.
Resumo O artigo é uma contribuição para as discussões metodológicas do pilar participação que orienta as estratégias de Promoção da Saúde. Reflete sobre as bases conceituais e metodológicas das Comunidades Ampliadas de Pesquisa-ação (CAP) como dispositivos para uma Promoção Emancipatória da Saúde (PES), tomando por referência a experiência do Laboratório Territorial de Manguinhos. Uma CAP reúne pesquisadores, profissionais engajados e principalmente os sujeitos que vivem e trabalham no território com seus saberes e pontos de vista distintos que, juntos, refletem acerca dos problemas socioambientais, políticas públicas e alternativas num dado contexto. Inicialmente são discutidos três aspectos fundamentais para a PES: a participação, a determinação social e a produção compartilhada de conhecimento, presentes na formulação da Política Nacional de Promoção da Saúde. Com base nas experiências de pesquisa-ação em favelas constatamos um fosso abissal entre o que está na Política e as práticas institucionais em espaços marcados por fronteiras, falta de direitos e enormes tensões. Como resultados das CAP são criados dispositivos diversos em linguagens acessíveis para a circulação e apropriação do conhecimento e para potencializar a ação dos movimentos sociais.
O artigo discute a implantação do programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável em Manguinhos, iniciado através da constituição de parcerias entre poder público, iniciativa privada e organizações sociais, visando às políticas e ações intersetoriais de promoção da saúde nas comunidades da região. A avaliação tomou como referência a discussão sobre a implantação do programa e a importância do contexto, considerando as dimensões da mobilização dos atores, da constituição de um espaço de interlocução e de ação coletiva entre as lideranças locais, objetivando uma agenda comum. Foi feita uma análise da vida associativa e da dinâmica de constituição do chamado Fórum Regional, que representou um esforço de agregação destes atores e lideranças da região. A análise revelou uma fragilidade nas relações e ações coletivas vis-à-vis a ausência da implementação de ações públicas intersetoriais. Mobilização, organização social e mudanças institucionais foram vistos como fatores cruciais para equacionar o problema da violência e do padrão alterado de sociabilidade local, desencadeando medidas mais efetivas de promoção da saúde e de melhoria na qualidade de vida em Manguinhos.
O artigo busca contribuir para a educação popular em saúde, descrevendo e analisando um processo de compartilhamento de materiais produzidos por comunidades ampliadas de pesquisa ação, sobre temas de saúde, ambiente e cidadania em uma favela no Rio de Janeiro. A partir dos referenciais teórico-metodológicos da promoção da saúde emancipatória e da justiça ambiental, o artigo descreve o processo de compartilhamento de uma “Maleta”, apresentando os objetivos, as dinâmicas e os principais resultados de quatro oficinas realizadas junto a atores sociais: professores, jovens, conselheiros, profissionais de saúde e pesquisadores. Discute a pertinência da produção de um vídeo-relatório como “mecanismo” de devolução dos resultados e também como novo dispositivo de comunicação a ser incorporado à Maleta. Finalmente, analisa os desafios, limitações e potencialidades desta experiência de formação de comunidades ampliadas na produção de conhecimentos sobre os problemas e potencialidades do território.
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