Este artigo explora os sentidos sobre gênero e sexualidades a partir da análise das produções acadêmicas dos programas de graduação e pós-graduação do Curso de Psicologia da PUC/Goiás. A partir de uma análise discursiva que tem como enquadre epistemológico o construcionismo social e as teorias feministas, a pesquisa investiga as produções que contenham no título os indexadores: gênero, sexualidade, homossexualidade e/ou homossexual(is), no período de 1993 a 2008. A escolha dessa investigação se dá em razão de que tais produções constituem fontes privilegiadas de informação e de formação. Locais de (re)produção de saber, as universidades operam muitas vezes como lugares que se outorgam o estatuto de verdade, prescrevendo formas morais de comportamento aos sujeitos, o que tem instigado estudiosos/ as a investigar os discursos que circulam no meio acadêmico. Analisam-se, neste estudo, as perspectivas teóricas privilegiadas na descrição do objeto, as áreas e os temas centrais bem como os avanços e as lacunas da produção acadêmica, tomando como contraponto a proposta curricular oferecida pelo curso. Dessa forma, é possível concluir que, no contexto de produção acadêmica analisado, o ensino da Psicologia ainda se concentra predominantemente nos estudos das identidades, em uma visão normativa, polarizada e patologizada quanto ao gênero e às sexualidades.
As abordagens feministas e queer são reconhecidas como aportes teóricos e metodológicos fundamentais para uma ressignificação da psicologia social, especialmente da chamada psicologia social crítica. Apesar do reconhecimento dos limites teóricos compartilhados tanto pelo ideário feminista como pelos pontos de vista críticos, algumas narrativas recentes sobre as relações entre os feminismos, a teoria queer e a psicologia social crítica, sobretudo no que se refere ao debate das sexualidades, tendem a considerar a história dessas relações sem as devidas contextualizações e, primordialmente, sob a ótica das ideias pós-modernas. A partir de uma seleção de narrativas que se propõem a (re)contar a história dessas relações, procuro mostrar como algumas narrativas possibilitam uma articulação entre os pensamentos feministas e queer, enquanto outras apresentam uma versão que tenta contrapor uma teoria em relação à outra, apostando na substituição dos feminismos vistos (como homogêneos, e sem contradições) pela teoria queer, tratada como vanguardista.
Este artigo objetiva apresentar uma análise discursiva da telenovela Senhora do Destino (Rede Globo, 2004-2005). A postura construcionista, aliada a uma leitura feminista, permitiu compreender a noção de lesbianidade como uma construção social na qual os discursos e a linguagem empregados variam segundo o contexto social e histórico específico. O foco de análise se deu a partir das práticas discursivas, entendidas como linguagem em ação, sempre múltiplas, situadas e dialógicas. Os resultados desta pesquisa apontam para um duplo efeito na introdução da temática lesbianidade na novela. Se, de um lado, o processo de assimilação da categoria lésbica provoca uma maior "familiarização" na sociedade, bem como a circulação de códigos/modelos propiciam a legitimação de relações afetivo-sexuais entre pessoas do mesmo sexo, de outro, o modo como ocorrem os processos de legitimação/aceitação não propicia uma desestabilização de normas sociais e de modelos hegemônicos.
no período de 2001 a 2018. O levantamento bibliográfico foi realizado por meio da Plataforma Sucupira, em que foram catalogadas 421 dissertações e 63 teses. Após o processo de seleção foram analisados 39 resumos, por meio do referencial teórico da Psicologia Crítica. Embora em número reduzido, essas dissertações e teses que dialogam com as políticas sociais refletem a expansão da pesquisa em Psicologia, como campo científico que se compromete com a transformação da realidade social. Foram eleitas duas categorias de análise desses resumos: programas, serviços, unidades e instituições públicos, e vulnerabilidades e risco social. Essas pesquisas, em sua grande maioria, oferecem subsídios para a criação e/ou aperfeiçoamento das políticas sociais no Brasil e, concomitantemente, evidenciam desafios a serem enfrentados. Palavras-chave: psicologia; políticas públicas; política social; pesquisa científica; pós-graduação.
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