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<p><span>Big Data é, sobretudo, um grande acontecimento epistêmico, uma nova forma de se produzir conhecimento. Os propósitos, meios de produção e de validação do saber adquirem características próprias que demandam avaliação ética, principalmente se orientam decisões quanto à saúde de indivíduos e populações.</span></p><p><span>O problema no uso de Big Data não é o uso de dados pessoais em si. A partir deles organizam-se políticas epidemiológicas e práticas de saúde coletiva há pelo menos três séculos. Os dados pessoais são base para a saúde pública, que se constitui em meio de mitigação de injustiça e promoção de qualidade de vida. A maneira como se converte esse tipo de agregação de dados pessoais em benefício coletivo, no entanto, não é um automatismo, mas uma consciência profunda da dimensão ética dessa prática e um comprometimento com a promoção de bem-estar para toda a população e, principalmente, para os vulneráveis. Os benefícios coletivos que se esperam do uso de Big Data dependem de leituras críticas quanto à exploração dos indivíduos como meros produtores de dados e consumidores de produtos. O uso de agregados de dados demanda instâncias de controle social e de governança democrática que promovam uma luta constante para promoção da justiça social, compartilhamento dos benefícios e proteção dos vulneráveis. </span></p><p><span>Ao detectar que ainda não produzimos em nossa região suficientes reflexões sobre Big Data, trazemos ao público, em forma de livro, uma análise bioética latino-americana comprometida com a justiça social, para ser lida também por latino-americanas e latino-americanos. </span><span>Que a informação científica produza saúde e que seja um instrumento de emancipação e não de exploração.</span></p>

<p><span><em>Big Data</em> es, ante todo, un gran acontecimiento epistémico, una nueva forma de producir conocimiento. Los fines, medios de producción y validación del conocimiento adquieren características propias que exigen evaluación ética, sobre todo si orientan decisiones sobre la salud de individuos y poblaciones.</span></p><p><span>Por lo tanto, el problema con el uso de <em>Big Data</em> no es el uso de datos personales <em>per se</em>. Ellos organizan políticas epidemiológicas y prácticas de salud colectiva desde hace al menos tres siglos. La forma en que este tipo de agregación de datos personales se convierte en un beneficio colectivo, sin embargo, no viene de un automatismo, sino de una conciencia profunda de la dimensión ética de esta práctica y un compromiso con la promoción del bienestar de toda la población y, sobre todo, de los más vulnerables. Los beneficios colectivos que se esperan del uso de <em>Big Data</em> dependen de lecturas críticas sobre la explotación de los individuos como meros productores de datos y consumidores de productos. El uso de agregados de datos demanda instancias de control social y gobernabilidad democrática que promuevan una lucha constante por defender la justicia social, compartir beneficios y proteger a los vulnerables.</span></p><p><span>Al detectar que aún no producimos suficientes reflexiones sobre <em>Big Data</em> en nuestra región, traemos al público, en forma de libro, un análisis bioético latinoamericano comprometido con la justicia social, para ser leído también por latinoamericanos y latinoamericanas. </span><span>¡Que la información científica produzca salud y que sea un instrumento de emancipación y no de explotación!</span></p>