A Osteorradionecrose (ORN) é a complicação oral mais grave e severa advinda do tratamento radioterápico de tumores da região de cabeça e pescoço. A doença é definida como uma área de tecido ósseo exposto desvitalizado onde não ocorreu o processo de reparo no mínimo entre três a seis meses no momento do diagnóstico, na ausência de doença neoplásica local. A ORN pode ocorrer de forma espontânea ou devido à doença periodontal, doença apical, e, mais frequentemente após trauma induzido por próteses, cirurgias ou extrações dentárias (Lye et. al., 2007; Nabil, Samman, 2011).Dependendo da extensão e localização da lesão, os sintomas da ORN pode incluir dor, odor fétido, disgeusia, disestesia ou anestesia, trismo, dificuldade de mastigação, deglutição e da fala, formação de fístula, fratura patológica e infecção local ou sistêmica (Epstein et. al, 1987). A incidência desta complicação é baixa, variando, na maioria dos estudos, entre 5-10% (Jham et al., 2008; Tsai et al., 2012; Niewald et al., 2014), sendo que esta vem diminuindo ao longo do tempo, especialmente pelo crescente cuidado com a prevenção desta patologia. Deste modo, o objetivo deste trabalho é descrever o perfil de indivíduos diagnosticados com ORN dos maxilares, no Centro de Referência de Lesões Bucais da Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia (CRLB- UEFS), no período de 2010 a 2016.