At the end of 2019, an infectious disease caused by the severe acute respiratory syndrome coronavirus 2, currently known as COVID-19, appeared in China. Within a globalized society, the worldwide spread of the new and highly contagious coronavirus was inevitable. Until May 7, 2020 Brazil indicated, through an official balance sheet prepared by the Ministry of Health, a number of 9,146 deaths and 135,106 confirmed cases, in addition to an upward curve of the disease. Based on the understanding that any position in the face of this situation can cost lives, this study aims to analyze five speeches by president Jair Messias Bolsonaro in the midst of the pandemic, among them that given during the international delegation in Miami on March 9, the official pronouncement on March 24, and the Easter broadcast on April 12, all of which took place in the year 2020. Thus, this text starts from a historical contextualization about the Spanish flu pandemic, which emerged in 1918 and killed thousands of people in Brazil and worldwide, to analyze an excerpt from the speeches of the President of the Republic during the current pandemic, which occurred approximately one century later. The present article, of a theoretical-analytical nature, was developed from bibliographic reviews and analyzes of Jair Bolsonaro's speeches propagated through websites, interviews, articles and magazines, that reveal attempts to deny or minimize the risks of the disease.
Geralmente, a sociedade desigual brasileira é considerada racista, classista, homofóbica, machista e sexista, ou melhor, heterossexista. Estes predicados sociais, além de outros que podem ser citados, são frequentemente confirmados pelos altos índices de violência que se reproduzem cotidianamente nos mais diversos espaços de sociabilidade e vitimizam determinados corpos banidos historicamente para a inferiorização, coisificação ou para o status de semi-humanidade. Em especial, corpos pretos, trabalhadore(a)s pobres e dissidentes da heteronormatividade parecem (re) existir em um cenário que regularmente precariza as condições materiais de suas persistências. Este livro fala de gênero, sexualidade e raça de maneira interseccional. Sublinha os diferentes processos socioculturais em que estes marcadores são acionados e entrecruzados para possibilitar ou inviabilizar a persistência dos corpos humanos em determinados contextos socioculturais tais como a escola, o convívio familiar, os presídios e as mídias digitais. No cenário social contemporâneo, especialmente brasileiro, observamos uma movimentação de grupos conservadores1 , notadamente de fundamentalistas religiosos e/ou neofascistas, que buscam produzir uma desqualificação e/ou pânico social em relação às discussões de gênero e sexualidade, fundamentalmente nos espaços escolares. Neste contexto, a categoria analítica gênero é acusada como articuladora de um processo de destruição da ordem social vigente marcada pela desigualdade de gênero e sexual que se expressa principalmente nas violências perpetradas contra todas as dissidências da heteronormatividade. Assim, tratar da sexualidade dos corpos humanos, principalmente nas escolas, representaria uma estratégia de grupos sociais “contra a família” e “contra Deus” para homossexualizar as crianças e os adolescentes. A concepção de gênero e de sexualidade acionada por estes grupos é comumente denominada de essencialista na literatura especializada. Gênero e 1 Referência a reação ultraconservadora denominada “ideologia de gênero”. Para maiores esclarecimentos, sugiro a leitura: JUNQUEIRA, Rogério Diniz. A invenção da "ideologia de gênero": a emergência de um cenário político-discursivo e a elaboração de uma retórica reacionária antigênero. Revista de Psicologia Política, São Paulo, v. 18, n. 43, p. 449-502, dez. 2018 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519- 549X2018000300004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 12 set. 2020. sexualidade são interpretados como marcas expressivas dos corpos humanos essencialmente definidos pela existência de dois sexos opostos. A filósofa Judith Butler (2010) em sua obra Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade, desconstrói essas concepções essencialistas utilizando os conceitos de “gênero inteligível” e “matriz heterossexual”. Para Butler, as normas de gênero exigiria o enquadramento dos sujeitos em dois percursos subjetivos oposicionais: de um lado, os corpos biologicamente machos deveriam assumir uma performance masculina padrão e desejarem sexual e afetivamente as mulheres; e de outro, os corpos biologicamente fêmeas, deveriam assumir uma performance feminina universal e desejarem sexual e afetivamente os homens. Nestes esquemas de inteligibilidade binária dos sujeitos, a heterossexualidade seria a única sexualidade possível, universal, aceitável e saudável. Quanto mais os corpos escapassem, por algum momento, destes percursos, mais seriam alvos de políticas culturais de opressão, adaptação, controle ou eliminação: homofobia e lgbtfobia, feminicídio, misoginia, efeminofobia e machismo. Ao tratarmos destas políticas de mitigação dos escapes corporais da heteronorma, o marcador raça potencializa ou até mesmo lidera as violências que tais políticas sociais produzem. Uma mulher preta lésbica, por exemplo, representaria uma corporalidade mais vulnerável no Brasil do que uma lésbica branca. A utilização da categoria interssecionalidade permite compreender estas políticas fundamentadas por um entrecruzamento de marcadores sociais – por exemplo, gênero, sexualidade, etnia, raça, classe social, nacionalidade, geração e religiosidade – que atuam para maximizar a opressão e a violência a determinados “corpos-alvo”. Esta obra se movimenta em uma perspectiva construtivista e desconstrutivista de gênero e concebe a sexualidade para além de sua dimensão normativa que impossibilita a existência e o reconhecimento das possibilidades e materializações sexuais diferentes. Ela também identifica o marcador raça como estruturante das violências e das desigualdades reproduzidas socialmente contra os corpos generificados e sexuados. A partir desses elementos constituintes, este livro pode ser considerado como um “livro-resistência”, devido aos recentes acontecimentos sociais, no Brasil e no mundo. Os primeiros textos deste livro tematizam o raci
Talvez não haja conceitos que possam abranger uma quantidade maior de atividades genuinamente humanas como educação e comunicação. Ambos estão presentes no título do livro Educação e Comunicação: vivências e saberes. Há de se reconhecer que, evidentemente, outros animais também são capazes de educar e comunicar-se. No entanto, há um terceiro elemento comum a todos os 32 capítulos desta publicação e que reflete a idiossincrasia humana: a ciência! Somente ela permite que vivências, experiências, vicissitudes e transformações sejam armazenadas, compartilhadas e gerem reflexão e criticidade. Somente assim - a partir do conhecimento científico - será possível superarmos a onda negacionista que atinge o mundo inteiro, especialmente em um momento tão delicado quanto a pandemia de COVID-19. Unindo e relacionando educação, comunicação e ciência, este livro cumpre essa primeira função primordial nos tempos que correm. Há ainda um outro fator relevante que enriquece esta obra: a sua diversidade de origens, assuntos e abordagens. Foram recebidos trabalhos de universidades, institutos públicos estaduais e federais, escolas técnicas e de universidades privadas; de centros e instituições de pesquisa de quatro das cinco regiões do Brasil - esperamos que em outras edições, a região norte se faça presente. Pesquisadores de duas faculdades portuguesas também enviaram seus textos para esta compilação e transpuseram as fronteiras do nosso país para além-mar. Os temas também são variados: ensino, tecnologias, inclusão social, artes, esportes, entre tantos outros.
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