RESUMO -O tratamento de efluente têxtil é uma prática extremamente necessária, principalmente se o destino final for o descarte, tendo em vista o alto volume gerado, bem como sua composição. A eletrocoagulação-flotação tem se destacado dentre as técnicas não convencionais de tratamento destes efluentes pela perspectiva de elevada eficiência operacional, principalmente atuando na degradação das moléculas dos corantes. O presente trabalho visa avaliar a eficiência da descoloração de um efluente real têxtil utilizando eletrodos de alumínio. Os experimentos foram conduzidos em um reator de eletrocoagulação-flotação, cilíndrico de 2,7 L, operando em batelada. Variou-se a velocidade de agitação em 0, 200 e 700 rpm e foram monitorados: densidade de corrente, temperatura, pH, turbidez e absorbância no UV-visível. Os resultados obtidos mostraram redução de turbidez em torno de 96% e significativo decaimento da absorbância na faixa do UV-vis, atestando a descoloração final do efluente tratado, em apenas 10 minutos de eletrólise e sem a necessidade de agitação.
INTRODUÇÃOA agressividade ao meio ambiente vem aumentando progressivamente, à medida que ocorre o acelerado crescimento populacional e o aumento da atividade industrial. Dentro deste contexto, o setor têxtil apresenta um especial destaque, devido à elevada demanda de água exigida em seus processos e a consequente geração de grandes volumes de efluentes. Estima-se que na produção de tecido de algodão, por exemplo, o consumo de água pode variar de 100 a 300 L.Kg -1 de tecido. (MEDEIROS, 2011).Os efluentes têxteis caracterizam-se por serem altamente coloridos, devido à presença de corantes que não se fixam na fibra durante o processo de tingimento, e quando lançados sem um tratamento adequado podem provocar graves problemas para a vida aquática, como também para a saúde humana. Os corantes sintéticos são moléculas orgânicas complexas de difícil degradação biológica, apresentando, pois, elevada recalcitrância (HASSEMER e SENS, 2002).