José Carlos Gomes Sardinha 5A hanseníase possui amplo espectro de manifestações clínicas relacionadas a três processos: dano celular e tecidual em função da multiplicação e disseminação dos bacilos; resposta imune do hospedeiro; e complicações do acometimento dos nervos periféri-cos.1 Nas formas clínicas em que o hospedeiro apresenta alta resistência, o bacilo raramente é demonstrado, as lesões são bem delimitadas e em pequeno número. Nas formas de baixa resistência, o bacilo é facilmente detectado, havendo grande número de lesões. Esse atributo é utilizado para determinação do esquema terapêutico adequado. Para fins operacionais, recomenda-se o esquema paucibacilar para pacientes com até cinco lesões, e, acima de cinco, o multibacilar. Essa regra, entretanto, nem sempre se aplica, pois é possível o doente apresentar poucas lesões e grande número de bacilos, ou vice-versa.
Resumo: Lacaziose é infecção crônica causada pelo fungo Lacazia loboi, originalmente descrita por Jorge Lobo (1931) em paciente oriundo da Amazônia brasileira. Manifesta-se, sobretudo, por lesões cutâneas queloidiformes. Relata-se o caso de paciente com placa eritêmato-violácea, cuja hipótese diagnóstica inicial foi de hanseníase dimorfa tuberculóide, doença também endêmica na região amazônica. Ressalta-se a importância da inclusão de formas paucibacilares de hanseníase no diagnós-tico diferencial da lacaziose. (Ciferri, 1956) e Paracoccidioides loboi (Lacaz, 1986), entre outras. Atualmente, Lacazia loboi (Taborda, 1999) é a terminologia mais empregada. [1][2][3][4] As lesões clínicas em geral são múltiplas, polimorfas, sendo mais comum e característica a lesão nodular de superfície lisa, brilhante, consistência sólida e aspecto queloidiforme, localizada com maior freqüência nos pavilhões auriculares, membros superiores e inferiores. Outras formas clínicas têm sido descritas, como infiltrativa, gomosa, ulcerosa, verruciforme, tumoral, esclerodermiforme, maculosa, bem como placas, que podem ser formadas por coalescência de nódulos. Alguns pacientes referem sintomas subjetivos, como dor à palpação, prurido, ardor, hipoestesia e, até, anestesia. A progressão da doença é lenta, e novas lesões surgem por contigüidade ou por propagação via linfática, havendo evidências de possível disseminação hematogênica. [4][5][6][7][8]
Rosai-Dorfman disease, otherwise known as sinus histiocytosis with massive lymphadenopathy, is a non-Langerhans cell histiocytosis with a benign course and unknown etiology. It was described in 1969 as a painless cervical lymph node enlargement in association with fever, weight loss and sweating. Extranodal disease has been reported in 43% of cases, with involvement of multiple organs. Purely extranodal RosaiDorfman disease has been already reported, including forms restricted to the skin. This paper reports a case of purely cutaneous Rosai-Dorfman disease, which is of interest in view of the rarity of this condition. Keywords: Histiocytosis; Non-Langerhans-cell histiocytosis; Sinus histiocytosis Resumo: A doença de Rosai-Dorfman, também denominada histiocitose sinusal com linfadenopatia maciça, é histiocitose de células não Langerhans, idiopática e de curso benigno. Descrita em 1969, caracteriza-se por linfadenomegalia não dolorosa, sendo a cadeia cervical a mais envolvida, além de febre, perda de peso e sudorese. O envolvimento extranodal ocorre em 43% dos casos, em que múltiplos sítios podem ser acometidos. Já foram descritos casos exclusivamente extranodais, inclusive formas limitadas à pele. Relata-se um caso de doença de Rosai-Dorfman extranodal cutânea pura, devido à raridade dessa apresentação clínica.
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