A violência obstétrica é qualquer ato ou conduta, realizada por um profissional da saúde, que viole os direitos da mulher durante o parto e que possa causar dano físico, sexual ou emocional. Trata-se de um tema ressonante, uma vez que os movimentos em prol da humanização do parto têm ganhado forças atualmente. OBJETIVO: Identificar a percepção de profissionais da saúde, pacientes e estudantes sobre violência obstétrica, e avaliar o impacto desta na relação médico-paciente. METODOLOGIA: Estudo de caráter transversal, quantitativo e qualitativo. Utilizou-se questionários com o objetivo de identificar a percepção de pacientes, estudantes e profissionais da saúde sobre violência obstétrica. RESULTADOS: Entrevistou-se 158 pessoas (80 pacientes, 46 estudantes, 32 profissionais de saúde). Quanto as pacientes, 49% considera a violência obstétrica como uma má assistência médica ou atendimento anti-ético, seguida de violência verbal (39%). Destas, 16% presenciaram ou vivenciaram episódios de violência. Em relação aos profissionais de saúde, 60% considera a realização de procedimentos sem indicação como violência. Por fim, os estudantes de medicina consideraram a violência obstétrica como a realização de procedimentos desnecessários durante o trabalho de parto (71,5%). CONCLUSÃO: obteve-se opiniões pouco divergentes sobre a percepção da violência obstétrica entre os grupos estudados, diferindo de acordo com os aspectos culturais e socioeconômicos. Contudo, foi concordante o fato de que esse tipo de violência está relacionado, principalmente, com qualquer ato que reflita uma afronta ao direito de escolha da mulher e que priorize práticas que não respeitem a individualidade ou desvalorizem o processo de parturição das mesmas.Palavras-chave: Obstetrícia. Violência contra a mulher. Sistema único de saúde. Ética SUMMARY: Obstetric violence is any act or conduct carried out by a health professional that violates the rights of a woman during childbirth and can cause physical, sexual or emotional harm. This is a resonant theme, since movements for the humanization of childbirth have gained momentum today. OBJECTIVE: To identify the perception of health professionals, patients and students about obstetric violence, and evaluate the impact of this on the physician-patient relationship. METHODOLOGY: Cross -sectional, quantitative and qualitative study. Questionnaires were used to identify the perception of patients, students and health professionals about obstetric violence. RESULTS: We interviewed 158 people (80 patients, 46 students, 32 health professionals). Regarding patients, 49% consider obstetric violence as poor medical care or anti-ethical care, followed by verbal violence (39%). Of these, 16% witnessed or experienced episodes of violence. In relation to health professionals, 60% consider performing procedures without indication as violence. Finally, medical students considered obstetric violence as unnecessary procedures during labor (71.5%). CONCLUSION: we obtained slightly divergent opinions about the perception of obstetr...
Estudo de coorte, retrospectivo, que utilizou dados obtidos na Vigilância Epidemiológica da cidade de Franca, no interior do Estado de São Paulo, com o objetivo de analisar o tipo de reação e a cobertura da Vacina Oral de Rotavírus Humano (VORH). Este estudo foi realizado por discentes do curso de Medicina da Universidade de Franca, e analisado estatisticamente com teste de normalidade de D’Agostino e Pearson. As informações foram obtidas no SIPNI Web (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização), e são referentes aos períodos de Janeiro/2007 a Novembro/2017. Notou-se uma baixa incidência de reações a VORH no período analisado equivalente a 0,077%, e quando presentes são de baixa morbidade, raramente cursando com complicações. A maioria dos casos ocorreu no sexo masculino e na primeira dose da vacina. No entanto, há ainda muito receio acerca da mesma, sendo, por essa razão, motivo de recusa da imunização por uma parte da população.
A doença de Crohn (DC) é uma patologia de etiologia incerta e se apresenta com inflamação transmural do trato gastrintestinal. É aventada a hipótese de que uma desregulação do sistema imunológico seria a base fisiopatológica da doença, tendo uma origem multifatorial envolvendo genética e fatores ambientais. A moléstia transcorre com sinais e sintomas muitas vezes inespecíficos, podendo envolver basicamente todos os sistemas, o que pode retardar o diagnóstico. É característico da enfermidade, manifestações extraintestinais, das quais a artropatia de grandes articulações é a mais prevalente, sendo cardíacas raras, com poucos casos de pericardite relatados na literatura. Relato de caso: Paciente, masculino, 32 anos, com quadro diarreico há um mês, resolvido espontaneamente e associado à perda ponderal de 15 kg. Procurou atendimento médico devido a dor torácica pleurítica, com supradesnivelamento do segmento ST ao eletrocardiograma e enzimas cardíacas normais. Evoluiu ao longo da internação com novo quadro diarreico associado a hematoquezia, além de úlceras orais e uveíte. Realizado colonoscopia, com resultado de colite inflamatória característico de DC. Iniciado pulsoterapia com metilprednisona e antiboticoterapia. Paciente teve remissão do quadro agudo e recebeu alta com seguimento ambulatorial. Conclusão: Diversas manifestações clínicas podem estar presentes em pacientes com DC, sendo a pericardite considerada como rara, e embora geralmente relacionada aos efeitos colaterais das medicações utilizadas no tratamento da DC, neste caso, cursou como manifestação primária da doença. Com este caso, espera-se alertar os profissionais quanto ao diagnostico precoce e sinalizar quanto a associação de DC e pericardite.
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