Em 2020, um Fórum de universidades públicas, em parceria com atores sociais, colocou como questão central: como inserir na agenda dos decisores políticos o tema da mobilidade sustentável, de modo que suas propostas possam ser implantadas? Este artigo busca na ciência política conceitos que permitam a construção de uma narrativa suficientemente robusta para ser assumida politicamente como agenda. Para isso, propõe-se a hipótese que define o espaço público das cidades como Commons ou Comum, aí incluídos os serviços públicos e a mobilidade urbana. Através da análise da importância das instituições e organizações da Sociedade, da identificação dos grupos de interesse e de suas lideranças e do conceito dos Commons, foram identificadas evidências que comprovam a hipótese. Conclui-se pela necessidade de repensar o papel do Estado, que passaria a ter funções de definição de diretrizes, de construção de um quadro jurídico sob o conceito do Comum, além do financiamento dos serviços e infraestruturas de transportes. A gestão da mobilidade urbana passaria a ser gerenciada por atores sociais, através de processos participativos. Para isso, é essencial que as lideranças políticas conduzam o processo político de viabilizar a agenda proposta com efetiva inclusão da sociedade na gestão dos serviços de mobilidade urbana.
A demanda por deslocamentos reduziu-se globalmente, com impactos sem precedentes no transporte público pela pandemia da Covid-19. As razões vinculam-se a medidas de restrições a aglomerações, a decisões individuais de evitar viagens para diminuir exposição ao risco, e como consequência o aumento no uso do automóvel. O Brasil que apresentava tendência de redução de demanda enfrenta a pandemia como um problema adicional que colocou em risco a sustentabilidade financeira dos serviços. Nesse contexto de perplexidade, foi promovido um Fórum de Discussão onde buscou-se obter elementos para propor diretrizes e ações estratégicas para apoiar o Poder Público e os operadores a enfrentarem esse desafio. Para sintetizar, estruturar e hierarquizar problemas, para superar a insustentabilidade do modelo atual de transporte público agravado pela pandemia foram aplicados instrumentos combinados de análise de causa e efeito de Ishikawa, de análise de Pareto e de planejamento estratégico pela Matriz de Marco Lógico. Estabeleceu-se como objetivo superior a oferta de transportes seguros e economicamente sustentáveis e objetivos específicos de redução de risco à exposição, reformulação das redes com ajuste oferta-demanda, apoio a modos ativos e disponibilização de informações por aplicativos. Essas estratégicas exigem um novo papel do poder público e novas formas de financiamento ao transporte.
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