O texto expõe os pontos de partida de uma pesquisa que se debruça sobre a dimensão poético-política de perspectivas contra-hegemônicas de escritas em/sobre arte. Trata-se de apontamentos introdutórios, atentos ao território insurgente de escritas críticas da arte, cuja contestação do monologismo crítico ocidental chama atenção para modos minoritários de pensar-escrever as práticas, as teorias, as críticas e as histórias nesse campo. Nossa hipótese é de que as táticas escriturais dissidentes engendradas nesse território tanto seriam urdidas quanto colocam em funcionamento o que propomos chamar de exercícios de críticas de arte menores. Exercícios que requisitam práxis críticas mais complexas e heterogêneas junto ao trabalho de arte na contemporaneidade e suas inextricáveis críticas da condição histórica do presente.Palavras-chave: Crítica de arte. Arte contemporânea. Escritura. Crítica de arte menor.AbstractThis text exposes the starting points of a research that leans over the poetic-political dimension of counter-hegemonic perspectives in writings in/about art. Aiming, with it, to address introductory considerations attentive to the insurgent territory of writing in art criticism, whose contestation of the critical occidental monologism, brings attention to minority ways of thinking-writing the practices, theories, critiques and histories of this field. Our hypothesis is that dissident writing tactics brought about in this territory so much would be weaved as it would work as what we suggest be named exercises of minor art criticism. Exercises that require more complex and heterogeneous critical praxises along with the function of art in contemporaneity and its inextricable commentary on present history condition. Keywords: Art criticism. Contemporary Art. Writing. Minor art criticism
O artigo aborda o tempo da criação no âmbito dos processos criativos da artista multimídia Rubiane Maia. Parte-se da hipótese de que embora os deslocamentos e os desdobramentos atrelados à construção poética desta artista possam ser examinados segundo uma estrutura cronológica e linear, enquanto forma essa organização no espaço e no tempo não dá conta de expressar a complexidade e os dinamismos que agenciam o seu tempo da criação, confinando seus processos criativos a um tempo linear, distanciado e apartado do tempo à luz da multiplicidade. Assim, tendo como aporte teórico as noções de tempo como multiplicidade pura, de Michel Serres (1982), e de espiral do tempo, de Bruno Latour (1994) – bem como as considerações da própria artista sobre o tempo da criação que percorre seus processos artísticos entre os anos de 2006 e 2016 – situamos aqui, em perspectiva, a noção de espiral poética. Figura conceitual que, segundo nossas análises ao redor dos fluxos temporais dos primeiros dez anos de carreira de Rubiane, aproximaria-nos da temporalidade subjacente aos seus processos criativos, uma temporalidade em espiral – leitura que não só aguça nossa percepção à amplitude e à densidade das tramas poéticas que tecem o tempo da criação desta artista, como, também, insinua a singularidade dos modos com os quais ela agencia a tríade arte-vida-obra no turbilhão do fluxo temporal que agencia seus processos de criação.
Partindo de uma elaboração de caráter geneológica, que recupera os percursos teóricos da crítica de processos criativos, busca-se perscrutar, a partir dos aspectos que atravessam seus procedimentos teórico-críticos, caminhos possíveis aos desafios enfrentados pela crítica de arte ante a intrincada relação obra-processo tensionada pela poética artística contemporânea.
Trata-se de uma resenha da conferência “Entre o cansaço e a preguiça: sobre corpos que tombam”, do curador Raphael Fonseca, realizada no dia 27 de setembro de 2019, no auditório do Cemuni IV – Centro de Artes, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória/ES, como parte da programação da exposição coletiva “Ao Redor do Sono”, em cartaz na Galeria de Arte e Pesquisa – GAP/UFES, de 27 de agosto a 04 de outubro de 2019. Busca-se, portanto, sistematizar algumas questões que se ressaltaram em sua fala, apresentando alguns fios que emergiram a partir do debate público sobre suas experiências profissionais como pesquisador e curador. Nessa parte, considera não apenas o campo investigativo da pesquisa doutoral de Raphael Fonseca em relação à iconografia das redes de dormir e suas finalidades discursivas na constituição das noções de identidade brasileira, como, também, os desdobramentos reflexivos daí decorrentes que o conduziram a um instigante e célere percurso no campo curatorial ao redor de termos como trabalho, cansaço, preguiça, sono e descanso.
O artigo investiga como que corpo, cotidiano e processos de subjetivação são agenciados nos processos artísticos de Rubiane Maia. Persegue-se, aqui, a hipótese de que esses três verbetes se constituem como eixos norteadores dos deslocamentos poéticos explorados no decurso dos seus primeiros dez anos de carreira. Busca-se situar em perspectiva suas intenções poéticas de indissociação entre vida e obra – tendência que, em Rubiane Maia, parece conduzi-la à afirmação de um horizonte mais expansivo de relações entre a arte e a vida.
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