O artigo recupera a trajetória de criação e desenvolvimento do Projeto Mosaico, ofertado no Centro de Educação Básica Francisco de Assis- EFA, Ijuí/RS, sob a coordenação geral de profissionais da Educação Física. Destaca à terceira oferta do Projeto Mosaico (2014), cujo tema gerador- a condição humana- teve mobilização inicial em oferta de disciplina no Curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física- UNIJUÍ e se estendeu como potência de debate e vivência escolar, em exercício docente posterior. A perspectiva da condição humana e seus desdobramentos foram experimentados na dimensão de leituras, debates, colocados em experiências de lutas, ginástica, dança, canto, poesia, criação de movimentos, adereços, na exploração de cores, cenários, cenas e deram origem ao Mosaico- Acontecências. Nessa terceira edição, houve a participação de diferentes segmentos escolares (discente, docente, familiares, comunidade externa), formando interação entre diferentes idades (entre 5 anos a 70 anos de idade) que, mobilizados para encontros semanais, puderam explorar as comunicações corporais: verbais, sonoras e expressivas em ampliação de entendimentos acerca do tema gerador. Não nascemos humanos, nos tornamos humanos pela educação; reaprender a ver o mundo; vincular-se a historicidade em compreensão; os modelos civilizatórios; foram alguns dos debates estimulados. Como resultado, um esforço de tradutibilidade que exigiu escolhas e significações para as cenas que o Projeto Mosaico- Acontecências, em socialização artística reflexiva, levou ao palco escolar. Corpos que se manifestavam, interpelando a plateia a um esforço hermenêutico, por conta do que dançavam, lutavam, cantavam, entoavam. Criação, formação de teias, em um apreender que se fez conjuntamente, em compasso lento e aprofundado, em exercício de alteridade, em valorização as diferenças e provocações a interpretação.
Os cotidianos educativos possibilitam aos sujeitos experimentarem modos detalhados, dialogados de ser e estar no mundo. Nesses espaços-tempos os acontecimentos envolvendo abordagens de gêneros encontram lócus de irrupção, deixando pistas para que pensemos sobre si e o Outro, em histórias plurais. O presente relato de experiências objetiva problematizar acerca dos processos de criação e socialização do vídeo Mulheres (2018), destinado a uma mobilização pedagógica com turmas do ensino superior. Recorre a metodologia S-IVAM, com aporte em Vilaça (2006) e segue as etapas de seleção, investigação e visões acerca do problema; elaboração da ação e das reflexões. A análise dos dados considera uma das nove narrativas que compõe a íntegra do audiovisual produzido, ancorada na categoria palavras e escutas às mulheres. Os resultados acenam importância aos acontecimentos de autoafirmação feminina, do direito a viver a palavra postada que diz de si mesma, de conquistar o lugar de fala como ato político.
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