Resumo: O artigo analisa a coordenação da informação e da gestão clínica entre níveis assistenciais na experiência de médicos e explora fatores laborais, organizacional, de atitude frente ao trabalho e de interação relacionados. Trata-se de estudo transversal com aplicação do questionário COORDENA-BR à amostra de 64 médicos da atenção primária à saúde (APS) e 56 da atenção especializada (AE) da rede pública em um município de médio porte. Os resultados mostram limitada articulação do cuidado na Rede de Atenção à Saúde (RAS), com diferenças entre APS e AE. Não há troca de informações sobre diagnóstico, tratamento e exames. Médicos da APS concordam mais com os tratamentos indicados na AE do que o contrário, porém a repetição de exames não é frequente. Médicos da APS encaminham pacientes para AE quando necessário. A maioria dos médicos da AE não realiza encaminhamento para consulta de acompanhamento, quando necessário, e não faz orientações para a APS, que por sua vez, não esclarece dúvidas com o profissional da AE. Ambos referem longos tempos de espera para consulta especializada. Vínculos laborais temporários são mais frequentes na APS. O tempo de consulta foi considerado insuficiente para a coordenação. A maioria dos médicos não pretendia mudar de emprego, embora seja elevada a insatisfação com os salários e o trabalho. Médicos não se conhecem pessoalmente e os especialistas não identificam o médico da APS como coordenador do cuidado. Políticas e ações para a garantia de condições estruturais de melhoria do acesso, de condições de trabalho e de adaptação mútua mais favoráveis precisam ser implementadas de forma sistêmica para o conjunto dos serviços do Sistema Único de Saúde.
OBJETIVOS: Analisar se médicos da atenção primária à saúde e da atenção especializada conhecem e utilizam mecanismos de coordenação do cuidado entre níveis assistenciais. MÉTODOS: Estudo transversal, do tipo inquérito, com aplicação do instrumento COORDENA-BR a médicos da atenção primária e da atenção especializada da rede pública de um município de médio porte, no período de junho a outubro de 2019. Foi abordado o conhecimento, frequência de envio e recebimento, finalidade, características e dificuldades para a utilização dos mecanismos de feedback ou adaptação mútua e de padronização para promoção de coordenação do cuidado entre níveis assistenciais. RESULTADOS: Instrumentos de feedback como formulários de referência e contrarreferência, resumo de alta hospitalar e WhatsApp são amplamente conhecidos por profissionais dos dois níveis, s em d iferenças s ignificativas. S essões c línicas e protocolos s ão p ouco r econhecidos, sobretudo na atenção especializada, o que pressupõe baixa utilização de mecanismos de padronização para obtenção de maior coordenação do cuidado entre níveis assistenciais. Apesar do elevado reconhecimento e facilidade de uso, instrumentos de feedback tradicionais como guias de referência e contrarreferência não são amplamente utilizados. Menor frequência de médicos conhecia os protocolos, principalmente na atenção especializada, e destacaram dificuldades para sua aplicação, como insuficiência de exames e indisponibilidade de insumos na rede. As sessões clínicas eram pouco conhecidas e tinham baixa frequência de participação. Pressão assistencial, baixa institucionalização e falta de tempo foram barreiras identificadas para a incorporação dos mecanismos de coordenação do cuidado ao processo de trabalho na atenção primária e especializada, além daquelas relacionadas à oferta de serviços na rede. CONCLUSÃO: Argumenta-se que a fragmentação do sistema e dos cuidados poderá ser enfrentada na complementariedade de medidas que possibilitem conhecer, desenvolver habilidades profissionais, institucionalizar e promover condições organizacionais para a efetiva utilização de mecanismos de coordenação em toda rede de atenção à saúde.
Objetivo: analisar as evidências científicas sobre o acolhimento realizado pela equipe de saúde aos familiares de neonato internado em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Metodologia: realizou-se uma revisão integrativa da literatura nas bases de dados LILACS, MEDLINE, BDENF e literatura cinzenta, de artigos publicados entre os anos 2010 a 2020, nos idiomas inglês, espanhol e português que abordassem a temática do estudo. Resultados: Da análise dos nove artigos selecionados estabeleceu-se três categorias para discussão: os benefícios do acolhimento à família na UTIN; entraves para a efetivação do acolhimento; e a empatia norteando o acolhimento. Verificou-se que o acolhimento realizado pela equipe de saúde gera benefícios à família, como o alívio de medos e ansiedades, manutenção dos laços afetivos do familiar com neonato, participação nos cuidados e na tomada de decisão. Além disso, faz com que o ambiente da terapia intensiva se torne menos hostil e ameaçador. A comunicação adequada permite que o familiar se aproxime da equipe e expresse suas angustias, ações empáticas e acolhedoras dos profissionais de saúde tornam o período de internação para a família menos doloroso. Porém, normas e rotinas da unidade, sobrecarga de trabalho dos profissionais, além do foco da equipe exclusivo no neonato, fazem com que o acolhimento à família não se efetive de forma adequada. Conclusão: O acolhimento realizado pelos profissionais de saúde a famílias nas UTIN se revelou um fator benéfico para redução de sentimentos negativos relacionados à internação do neonato. Palavras Chave: Família; Acolhimento; Unidade de terapia intensiva neonatal.
Objetiva-se analisar as evidências científicas sobre o exercício da espiritualidade em pacientes com câncer, tendo em vista suas contribuições para o tratamento oncológico. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura nas bases de dados MEDLINE, LILACS, BDENF e literatura cinzenta. Foram selecionados 15 artigos em português, inglês e espanhol, publicados entre os anos de 2010 e 2020, que abordaram o papel da espiritualidade durante o tratamento oncológico. Para discussão dos resultados estabeleceu-se três categorias: (1) a espiritualidade e o bem-estar físico e emocional, (2) a espiritualidade na construção da resiliência, e (3) a espiritualidade ressignificando a vida. Notou-se que o aumento de aspectos positivos relacionados à prática espiritual como otimismo, esperança, adoção de hábitos saudáveis e redução do estresse e da ansiedade refletem no bem-estar e na qualidade de vida; o exercício espiritual oferece mecanismos para construção da resiliência, como resistência, força e superação das adversidades; e ajudam os pacientes a enxergar a vida sob uma perspectiva mais otimista. Poucos estudos abordam que não há benefícios relacionados à pratica da espiritualidade. Conclui-se, conforme a maioria das pesquisas, que a prática espiritual é relevante para o bem-estar, enfrentamento da doença e ressignificação da existência durante o tratamento oncológico. Palavras-chave: Espiritualidade; Oncologia; Adaptação Psicológica.
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