Em reação à Medida Provisória que reforma o Ensino Médio, e à Proposta de Emenda Constitucional que congela os gastos sociais do Estado, ocupações por estudantes de escolas de Ensino Médio e universidades passaram a ocorrer em diversos estados do Brasil, a partir de setembro de 2016. Ocupações em escolas e em uma universidade do Sul de Minas Gerais foram investigadas por meio de pesquisa de campo pelos autores, com dados interpretados a partir de referencial teórico acerca dos conceitos de autogestão, formação política e diálogo intergeracional, buscando compreender aspectos educativos relevantes destes movimentos juvenis. Os resultados indicam a importância da imersão dos sujeitos investigadores na realidade impactante de um movimento social, o que, com a ajuda de um uso rigoroso de um referencial teórico estudado pelo Grupo que realizou esta investigação, traz resultados acerca do vigor formativo das ocupações, os quais podem contribuir com a autorreflexão deste movimento. Entre os resultados, a capacidade de auto-organização do espaço e das atividades educativas pelos próprios jovens estudantes, bem como a construção de uma formação política baseada na horizontalidade das relações e em profícuo diálogo intergeracional.
Resumo: Um grupo evangélico de estudantes em uma universidade pública do interior de Minas Gerais, pertencente à rede Aliança Bíblica Universitária (ABU), foi investigado por meio de observação participante e entrevistas, com o objetivo de conhecer suas práticas formativas, sua contribuição para a inserção de jovens na vida universitária, os sentidos que atribui à filiação religiosa na universidade e as suas relações políticas. Dados do campo, cotejados com a bibliografia sobre juventude, religião e universidade no Brasil atual, demonstram que a religião é uma importante forma de socialização e sociabilidade para parte das/dos estudantes da Educação Superior, assim como a participação no grupo evangélico tem importantes efeitos na relação de jovens estudantes com a esfera pública e na sua participação política. A ABU pesquisada tem sido bem-sucedida por valorizar uma dimensão mais pessoal e participativa da religiosidade evangélica, colaborando com a permanência de estudantes na universidade e estabelecendo pontes entre a cultura religiosa e a cultura acadêmica, propiciando a manutenção da identidade religiosa constituída antes do ingresso na educação superior. A pesquisa de campo ilustra algumas tensões vividas no grupo evangélico, do ponto de vista da participação política, derivadas da contraposição entre, de um lado, a horizontalidade e certas tendências progressistas vividas no cotidiano do grupo, e, por outro, a centralização e as tendências conservadoras das lideranças evangélicas.
Debates sobre Juventudes é uma obra escrita por muitas mãos que busca promover, avançar e tensionar o campo de pesquisa das juventudes contemporâneas. O livro contempla capítulos sobre políticas públicas para as juventudes, juventudes e trabalho, juventudes e religião, juventudes e política, juvenicídio, jovens agricultores, juventudes e educação, dentre outros temas. Entre conosco nesses debates e vamos construir, juntas/os/es, novos conhecimentos sobre as juventudes e suas múltiplas formas de ser e estar no mundo contemporâneo.
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