RESUMOÉ sabido que os agrotóxicos são um importante pilar das práticas agrícolas contemporâneas, contudo, existem diversos efeitos negativos atrelados ao seu mau uso. Seus malefícios vão desde a deterioração da saúde humana até a degradação de componentes bióticos e abióticos dos ecossistemas. O presente estudo tem como objetivo a proposição de uma metodologia baseada em indicadores e Sistemas de Informação Geográfica para a identificação das culturas e áreas de risco de contaminação ambiental por agrotóxicos, assim como os principais agrotóxicos associados a tais culturas, utilizando o estado do Espírito Santo como estudo de caso. Fora consultadas bases de dados com o Sistema IBGE de Recuperação Automática e o Censo Agropecuário 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; e as seções de agrotóxicos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo. Café, cana-de-açúcar, milho e banana se destacaram no cenário agrícola estadual. O café apresenta-se como a cultura com maior risco de contaminação associado, tendo 10 municípios inclusos na classe de alto risco. A banana por sua vez é a cultura com menor risco associado. Glifosato, mancozebe e flutriafol, ingredientes ativos amplamente consumidos no estado se encontram entre os 5 compostos mais vendidos dentre aqueles autorizados para cada uma das culturas. De modo geral, a metodologia proposta mostrou potencial na determinação das culturas e áreas de risco no estado, assim como dos principais ingredientes ativos associados as culturas, podendo auxiliar a gestão ambiental de seu território.
RESUMOOs agrotóxicos são substâncias sabidamente necessárias para a manutenção das práticas agrícolas contemporâneas, voltadas à garantia da segurança alimentar da crescente população mundial. Todavia, existem diversos impactos negativos atrelado ao uso desordenado de tais substâncias. Desta forma, se fazem necessárias tecnologias capazes de auxiliar o planejamento e a gestão dos riscos relacionados aos agrotóxicos, facilitando a tomada de decisão e a alocação de recursos. Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi indicar as principais culturas agrícolas utilizadas e realizar o mapeamento dos municípios de risco de contaminação ambiental por agrotóxicos no estado do Rio de Janeiro. Foram utilizados dados do Sistema IBGE de Recuperação Automática e do Censo Agropecuário 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A metodologia aplicada envolveu a definição de indicadores e a sobreposição de planos de informação em Sistema de Informação Geográfica. Cana-de-açúcar, banana e mandioca se destacaram como culturas mais expressivas no cenário agrícola do estado. Foram verificados municípios com risco de contaminação nas regiões serrana, sul, metropolitana, norte e noroeste do estado. A banana é a cultura com mais municípios de risco. O método empregado se mostrou eficaz na identificação das culturas de maior representatividade e no mapeamento dos municípios de risco no estado. Os resultados podem ser utilizados como subsídio para a gestão mais eficiente dos riscos associados ao uso de agrotóxicos em seu território. PALAVRAS-CHAVE: Gestão ambiental. Indicadores. Sistemas de Informação Geográfica.
O Brasil, país com forte setor agrícola, tem se destacado mundialmente quanto ao consumo de agrotóxicos. Estas substâncias estão entre os principais contaminantes hídricos provenientes do setor agrícola, representando um risco para ecossistemas aquáticos. A Portaria de Consolidação n° 5 de 2017 prevê a obrigatoriedade do monitoramento de agrotóxicos na água fornecida à população brasileira, porém, um reduzido número de municípios cumpre a determinação. Cabe destacar que devido a magnitude do Brasil e suas diferentes características, os compostos elencados na referida portaria podem não representar a realidade local. A própria portaria recomenda um plano de amostragem com base no uso de agrotóxicos na bacia hidrográfica do manancial bem como uma análise da sazonalidade das culturas. Neste sentido, o objetivo do presente estudo é propor um método para a priorização de culturas agrícolas, ingredientes ativos e épocas para o monitoramento de agrotóxicos em mananciais, tendo o estado do Espírito Santo como estudo de caso. Foram utilizados dados de área plantada com culturas agrícolas; de comercialização de agrotóxicos e suas características físico-químicas; da fenologia e fitossanidade das culturas; e das condições climáticas do estado para a seleção dos agrotóxicos e épocas prioritárias. No estado do Espírito Santo as culturas de café, cana-de-açúcar, milho e banana foram indicadas como prioritárias pelo método proposto. Dos 86 agrotóxicos comercializados no estado, 54 foram selecionados para o monitoramento. O período chuvoso do ano é a época de maior prioridade para monitoramento dos agrotóxicos elencados devido sua alta concentração de uso destas substâncias. Verificou-se que existem diferenças significativas entre as concentrações de agrotóxicos na água nos meses prioritários e não prioritários, corroborando com a eficácia do método para a definição da época do monitoramento de agrotóxicos. Assim, é importante destacar o potencial do método proposto para auxiliar estados, municípios e regiões a selecionarem, priorizarem e monitorarem agrotóxicos em seus mananciais de forma mais assertiva e adaptada às singularidades locais.
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