Resumo As restrições impostas pelo distanciamento social decorrente da pandemia do novo coronavírus exigiram adaptações dos psicólogos a uma nova realidade de trabalho que privilegia atividades remotas. O ensino e a prática em Avaliação Psicológica foram algumas das áreas afetadas, demandando que psicólogos, conselho profissional e sociedades científicas discutam diretrizes para o contexto da pandemia. Também, ainda que exista um aumento de cursos a distância, são apontadas restrições para o ensino de técnicas psicológicas em ambiente online. Visto as mudanças no cenário de trabalho e a necessidade de adaptação à situação atual, este estudo busca discutir a viabilidade de processos de Avaliação Psicológica online e apontar direções para seu aperfeiçoamento. Procura-se também apresentar possibilidades para ensino e supervisão a distância. Discutem-se evidências científicas e regulamentações nacionais e internacionais que embasam essas práticas. Por fim, reforça-se a necessidade do desenvolvimento de tecnologias que permitam conduzir o processo de maneira ética e segura.
Resumo: A crescente utilização das tecnologias de informação e comunicação (TICs) em psicoterapia psicanalítica presencial faz com que seja necessário refletir sobre como os profissionais da área clínica têm percebido o ingresso desses recursos na sua prática e como eles se preparam para manejar com essas tecnologias de forma ética e segura em psicoterapia. Portanto, os objetivos deste estudo foram os de compreender a percepção de psicoterapeutas de orientação psicanalítica sobre a utilização das tecnologias de informação e comunicação com os seus pacientes; identificar o uso das TICs em diferentes níveis de funcionamento psicopatológicos e verificar os conhecimentos científicos dos psicoterapeutas sobre as suas formações profissionais. Foi realizada uma pesquisa qualitativa e exploratória com 11 psicólogos com especialização em psicoterapia psicanalítica. Eles responderam a uma ficha de dados sociodemográficos e à entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados por meio de análise temática. Os resultados demonstraram que as tecnologias de informação e comunicação podem servir tanto como uma ferramenta de trabalho como também apresentar entraves à prática profissional. Somado a isso, a falta de instrumentalização pode dificultar a adesão à prática de psicoterapia nesses novos meios tecnológicos. O estudo contribuiu para identificar diferentes formas de se usar as mídias sociais em psicoterapia e auxiliar na ampliação das discussões sobre a temática.Palavras-chave: Psicologia Clínica, Psicoterapia, Psicanálise, Mídias Sociais.
Experience and Professional Training of Psychoanalytic Psychotherapists in the Use of Information and Communication TechnologiesAbstract: The increasing use of information and communication technologies (ICTs) in face-to-face psychoanalytic psychotherapy makes it necessary to reflect on how clinical professionals have perceived the inflow of these resources into their practice and how they prepare to handle these technologies in an ethical and safe manner in psychotherapy. In this context, the aim of this study was to understand psychotherapists' perceptions regarding the use of information and communication technologies on their patients, identify the use of ICTs at different psychic functioning levels and verify psychotherapists' scientific knowledge concerning their professional training. Qualitative and exploratory research was carried out with 11 psychologists specialized in psychoanalytic psychotherapy. The psychologists filled out a sociodemographic data sheet and answered a semi-structured interview. Data was analyzed through a thematic analysis. The results indicate that information and communication technologies can serve both as a work tool and as a barrier to professional practice. In addition, lack of instrumentation may hinder psychotherapy practice adherence in these new technological environments. This study contributed to identifying different ways of using social media in psychotherapy and aided in broadening discussions on the subject.
Esse trabalho tem como objetivo compreender os processos de ruptura da Aliança Terapêutica (AT) de um caso de psicoterapia psicanalítica (PP) interrompida, realizada com paciente com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). Trata-se de estudo de caso sistemático, que contempla 15 sessões de PP, com um paciente com queixas impulsividade e dificuldades de relacionamento e sua terapeuta. As sessões foram gravadas em vídeo e transcritas. A identificação das rupturas na AT foi feita pelo Rupture Resolution Rating System. Foram encontradas 100 rupturas da AT, destas 69% são rupturas de evitação e 31% de confrontação. Foram verificadas 30 contribuições da terapeuta para as rupturas acontecerem. As rupturas de evitação são mais sutis e de difícil identificação, apresentando-se em maior frequência do que as de confrontação. Diante de pacientes com TPB, os terapeutas devem desenvolver habilidades para fazer intervenções com foco sobre a AT. Destaca-se a necessidade de outros estudos que busquem replicar a pesquisa em outros casos, de sucesso e insucesso terapêutico.
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