Introdução: O semiárido mineiro inclui as mesorregiões Norte e Jequitinhonha, abrangendo uma população de 2.202.013 habitantes em 140 municípios, o que equivale a 10,46% da área brasileira em que predomina este clima. Entre as diversas dificuldades para a otimização do sistema produtivo da agricultura familiar destas mesorregiões, está a utilização de sementes com baixa qualidade genética frente aos estresses condições secas, quentes e com baixa disponibilidade de nitrogênio. Uma estratégia para gerar a independência do agricultor com relação às sementes comerciais, é fazer com que ele mesmo ou suas comunidades as produzam de forma contextualizada e holística, adaptadas para as realidades de seus próprios agroecossistemas. Objetivos: Prospectar sementes de milhos crioulos como forma de minimizar o franco processo de erosão genética e perdas de variedades locais no Norte e Jequitinhonha mineiros. Material e métodos: Foram realizadas visitas técnicas em comunidades rurais nas áreas de abrangência do trabalho, obtendo-se relatos sobre variedades locais escassas e obtenção de amostras. As remessas se deram em caráter esporádico e/ou circunstancial por meio de história oral. Os depósitos ocorreram no Laboratório de Biotecnologia da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (campus Montes Claros) para posteriores estudos, sendo estes fomentados pelo Banco do Nordeste. Resultados: As visitas técnicas envolveram seis localidades norte-mineiras: Almenara ('Associação de Pequenas Produtoras Rurais da Agricultura Familiar de Almenara'); Capitão Enéas ('Associação Comunitária Rural de Poção'); Janaúba ('Associação Comunitária Evangelho Unido em Cristo'); Rio Pardo de Minas ('Associação de Mulheres de Olhos D’água Unidas pela Amizade'); São João do Paraíso ('Associação das Trabalhadoras Rurais do Paraguai'); Taiobeiras ('Associação Feminina da Comunidade de Atanásio'). As reuniões com as comunidades acionadas no projeto foram relevantes para os relatos de paradeiros, costumes, experiências, observações empíricas e posteriores repasses de sementes (muitas vezes de agricultores que não constavam nas associações reunidas). Ao total foram angariados 44 acessos de milho crioulo, os quais estão passando por estudos genéticos e bromatológicos. Conclusão: Este trabalho envolvendo diagnósticos locais comunitários, ainda que morosos e pouco céleres, permitiram recuperar preciosos genótipos de milhos crioulos, fontes de variabilidade para tolerância a estresses bióticos e abióticos contextualizados ao semiárido.
Introdução: A extração de DNA é um dos principais procedimentos para a utilização de técnicas moleculares. Possui enorme importância nos protocolos de amplificação via Reação em Cadeia da Polimerase (Polymerase Chain Reaction - PCR). Esta, por sua vez, permite estimar a dissimilaridade genética entre acessos de uma população, selecionar genes específicos, realizar estudos de alelismo, construir mapas genéticos, obter clonagens posicionais, dentre muitos outros procedimentos úteis ao melhoramento genético.Objetivos: Validar um protocolo de extração de DNA com rapidez e elevada pureza, a partir de folhas maduras de 44 acessos de milhos crioulos prospectados no Norte de Minas Gerais. (Zea mays L.).Material e métodos: Testou-se procedimentos modificados baseados no protocolo de base CTAB (Brometo de Cetil Trimetilamonio ou Cetyl trimethylammonium bromid). Nesse protocolo foram utilizadas diferentes concentrações de β-mercaptoetanol no tampão de extração (0,0; 0,2; 10; 15; 25; e 50 uL de β-mercaptoetanol/mL), considerando o seguinte tampão de extração: Tris-HCl 100 mM em pH 8; EDTA 20 mM; NaCl 1,4 mM; CTAB 2% e; PVP 1%). Os procedimentos foram conduzidos no Laboratório de Biotecnologia da Universidade Federal de Minas Gerais (campus Montes Claros), fomentados pelo Banco do Nordeste (Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação - FUNDECI).Resultados: O protocolo foi eficiente no isolamento de DNA livre de polissacarídeos e polifenóis, com rendimento do DNA de alto peso molecular e concentrações acima de 120 ng/uL, utilizando-se valores superiores a 1% de β-mercaptoetanol no tampão de extração. Outras modificações importantes se ativeram aos passos da maceração, substituindo o uso do nitrogênio líquido (trituração das amostras em cadinho e pistilo), por uma ação direta do aparelho disruptor/homogeneizador de amostras biológicas, nos microtubos acrescidos do tampão. Além disso, adicionou-se duas rodadas para desproteinização (clorofórmio álcool isomílico 24:1), sendo os dois passos de pousios resfriados das amostras realizados apenas em ultrafreezer (-75oC) durante 10 min (cerca de 48 h poupadas).Conclusão: O protocolo de base CTAB para extração de DNA, inicialmente proposto para folhas de plantas leguminosas (largas), também foi eficaz em folhas maduras de acessos de milhos crioulos (gramíneas), levando em conta adaptações que permitiram pureza e celeridade ao processo.
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