O estudo de manuscritos literários pode se revelar como um terreno fecundo para a compreensão de movimentos criativos, a observação de hábitos redacionais e a reatualização de uma obra. Contudo, a crítica genética, ciência que embasa tal trabalho, vem disputando um espaço dentro do campo literário desde seu surgimento. A partir dessas considerações, o objetivo deste artigo é identificar os motivos que geram a marginalização da crítica genética e as perspectivas apresentadas por essa jovem ciência para a contemporaneidade. Para tanto, por meio de um levantamento bibliográfico, foram elencados e discutidos os três motivos que geram tal marginalidade, bem como as possíveis contribuições dos processos genéticos para diversas áreas do saber e perante o avanço tecnológico.Palavras-chave: Manuscritos literários. Crítica Genética. Marginalidade. Perspectivas.
Resumo: A leitura de esboços, rascunhos e versões, ou seja, elementos pré-textuais que podem indicar a gênese de uma obra publicada – também chamados de prototextos – permite ao pesquisador, pelo viés da crítica genética, compreender movimentos criativos ao longo do processo de escritura de uma obra. Esse gesto, muitas vezes, pode explicar a construção de determinado texto e oferecer uma possibilidade de releitura da obra tida como final. A partir dessa perspectiva, o presente artigo visa à análise da descontinuidade da construção da personagem feminina em um dos prototextos do livro Dona Anja, de Josué Guimarães, resguardados no Acervo Literário Josué Guimarães, da Universidade de Passo Fundo (ALJOG/UPF), na categoria de manuscritos de produção ativa. Nesta pesquisa, a descontinuidade é compreendida como sendo formada por interrupções de enunciados de uma versão do manuscrito para outra, ou do manuscrito para o livro publicado. A investigação desses traços embasa-se nos conceitos teóricos de Pino e Zular (2007), Biasi (2010) e Willemart (2009), bem como na leitura crítico-comparativa do “livrão” – livro de notas e esboços do escritor gaúcho – e da primeira edição da obra, publicada em 1978. Por meio da observação das rasuras, configuradas em acréscimos ou supressões, pôde-se criar um novo espaço de relações e compreender o perfil e o papel das personagens femininas apresentadas na obra em questão.Palavras-chave: critica genética; Dona Anja; acervo literário Josué Guimarães.Abstract: The reading of sketches, drafts and versions – the pre-textual elements that may indicate the genesis of a published work – also called prototexts – allows the researcher, through the Genetic Criticism perspective, to understand creative movements throughout the writing process of a work. This gesture can often explain the construction of a particular text and offer a possibility of re-reading of the finished work. In this context, this article intends to analyze the discontinuity of the construction of the female character in one of the prototexts of the book Dona Anja, of Josué Guimarães, preserved in the Acervo Literário Josué Guimarães, of the Passo Fundo University (ALJOG / UPF), in the category of active production manuscripts. In this research, discontinuity is understood as interruptions of statements from one version of the manuscript to another, or from the manuscript to the published book. The investigation of these traits is based on the theoretical concepts of Pino and Zular (2007), Biasi (2010) and Willemart (2009), as well as on the critical-comparative reading of “Livrão” – book of notes and sketches of the writer – and of the first edition of the work, published in 1978. Through the observation of the erasures, configured in additions or deletions, it was possible to create a new space of relations and to understand the profile and the role of the female characters presented in the work in question.Keywords: genetic criticism; Dona Anja; Acervo Literário Josué Guimarães.
Locais de interesse há cerca de um século, os acervos literários vêm se consolidando na contemporaneidade como espaços que congregam memória, história e cultura. Os materiais antes guardados ou destruídos pelos escritores passam a ter uma sobrevida e a serem relidos, repensados e analisados por pesquisadores. Partindo desses pressupostos, o objetivo do presente artigo é o de discutir o acervo literário em três perspectivas independentes: o viés da memória, o da história e o da cultura com base em um relato de experiência ocorrido no Acervo Literário Josué Guimarães (aljog/upf). Por meio de um levantamento bibliográfico, com base, especialmente, em Bordini (1995, 2003), Hay (2007) e Biasi (2010), pudemos perceber que essas três perspectivas sintetizam as múltiplas facetas desse local de investigação multidisciplinar.
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