O presente artigo tem como objetivo analisar a influência política no julgamento das contas públicas municipais no estado de Pernambuco. Foram analisadas 1720 prestações de contas, referentes a 182 dos 185 municípios Pernambucanos, dos anos de 2001 a 2013, sob a ótica da teoria da escolha pública, que supõe que a tomada de decisão política por determinado agente público é motivada pela maximização do seu interesse próprio. Foi utilizada regressão logística com dados em painel para verificar a probabilidade de ocorrer rejeição pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco e aceitação pelas Câmaras Municipais em relação às contas prestadas dada a quantidade de parlamentares do mesmo partido político que o gestor prestador de contas. Os resultados sugerem que o número de vereadores do mesmo partido que o prefeito influencia na aprovação das contas na câmara municipal, mesmo tendo o TCE recomendado a rejeição. A razão de chance de ocorrência da situação exposta aumenta aproximadamente 0,86% a cada acréscimo de uma unidade na razão entre o número de vereadores do mesmo partido que o prefeito e o número total de vereadores na câmara municipal. Ademais, foi verificada que não existe correlação entre o fato de haver rejeição das contas do prefeito no TCE e aprovação na Câmara Municipal com tamanho do município (medido pela população), seu nível de atividade econômica (PIB) ou receita arrecadada. Os achados sugerem a influência política no processo de prestação de contas municipais, o que reforça a discussão acerca da forma com que o controle externo é exercido no Brasil.
A resiliência financeira governamental é caracterizada pela forma com que entidades governamentais enfrentam e se recuperam de crises ou choques financeiros, sendo manifestada a partir de dimensões interativas. Frente ao choque gerado pela COVID-19, a presente pesquisa busca avaliar se a vulnerabilidade e a capacidade de antecipação (proxies de resiliência) possuem correlação com a capacidade de enfrentamento ao vírus (mensurado pela quantidade de testes por habitante). Para determinar as possíveis correlações, foi utilizado o teste de correlação de Spearman, visto que a amostra não respeitava a normalidade na sua distribuição, para medir o relacionamento entre as variáveis. As evidências apontam correlação negativa entre a dependência de transferência intergovernamental (vulnerabilidade) e a capacidade de geração de poupança (capacidade de antecipação) e a capacidade de enfrentamento à COVID-19. Apesar das limitações metodológicas, a pesquisa fornece uma potencial contribuição no avanço da observação da interação entre os aspectos financeiros e sociais da resiliência, principalmente tendo em vista o papel que a contabilidade exerce em moldar diferentes formas e caminhos para a resiliência financeira governamental, proporcionando respostas de curto ou longo prazo aos choques, antecipando-os através de mecanismos de planejamento e controle, o que pode contribuir para o desenvolvimento de práticas de governança baseadas nesta literatura.
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