Objetivo: Descrever os casos de exposições tóxicas atendidos em serviços de emergência municipais do Estado de São Paulo. Métodos: Estudo descritivo. Três serviços de emergência foram acompanhados em 2016, a fim de identificar atendimentos por exposições tóxicas, sendo coletados dados sociodemográficos e de exposição. Resultados: Foram analisados 230 casos. 54,3% eram mulheres, 59,8%, ocorreram na residência, 34,8% envolveram animais peçonhentos, 29,6% medicamentos e 20,9% alimentos. Em 33,9% a exposição foi acidental, 20,9% por alimentação, 16,1% uso terapêutico, 7,8% ocupacional, e 6,5% por tentativa de suicídio; 85% do total não foi notificado ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Não ocorreram óbitos. Há variações do perfil de atendimentos entre os municípios, estando a circunstância de exposição e o agente tóxico associados ao sexo e município (p<0,05). Conclusão: Coexistem diferentes cenários epidemiológicos entre os atendimentos dos municípios, de modo que suas características de exposição e grupos de agentes tóxicos podem estar associadas às variáveis sociodemográficas. Considerando que a subnotificação e a suficiência dos sistemas de informação fazem parte das referências para definição de ações de vigilância em saúde e assistência das vítimas de exposições tóxicas, especialmente em municípios de menor porte populacional, destaca-se a necessidade da discussão visando o aprimoramento do SUS.