INTRODUÇÃOOs "favores femininos" são reconhecidos como um dos mais remotos produtos de comér-cio da humanidade. Desde a Grécia Antiga, tem-se relatos da existência da prostituição como uma atividade profissional que, ao longo da história, de maneira mais ou menos intensa, sofreu restrições e foi situada à margem da sociedade. 1 Na cidade de Porto Alegre, existem inúme-ras prostitutas que trabalham sob as mais diversas condições em bares, boates e nas ruas. De acordo com a legislação brasileira, a prostituição não constitui um delito, uma vez que "a todo cidadão se permite a liberdade de disposição do próprio corpo, sendo passíveis de punição os casos de exploração da prostituição". 2 A depressão, cujos sintomas centrais segundo os critérios da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (CID -10) 3 , são o humor deprimido, a perda de interesse e o prazer e a energia reduzida, tem sido registrada desde a antigüidade, assim como a prostituição.Entre 1990 e 1992, o "National Comorbidity Survey" (NCS) 4 realizado em amostra probabilística da população norte-americana, de 15 a 54 anos de idade, utilizando os critérios diagnósticos da DSM III-R, revelou prevalências, entre as mulheres, de episódio depressivo maior de 12,9% em um ano e 21,3 % para toda vida. Neste estudo, os fatores de risco para quaisquer transtornos mentais em um ano foram: ser do gênero feminino, com idade entre 15 e 24 anos, com baixa renda e baixo nível de escolaridade. Além disso, o transtorno depressivo maior acomete mais freqüentemente indivíduos separados ou divorciados, ou seja, que não mantenham relações interpessoais íntimas duradouras. Presume-se que tais fatores de