Vivemos em um mundo hipervisual, onde a imagem exerce um papel fundamental de identificação, divulgação ideológica e socialização de significados. Mas por muito tempo a imagem foi negligenciada no contexto dos métodos de pesquisa qualitativa. Nesse sentido, é fundamental que as ciências humanas e sociais reconheçam o potencial das imagens com fins de investigação social, mesmo que a criação delas possa ser caracterizada como uma atividade que exige especialização. A análise de imagens não é uma tarefa simples, de fácil acesso a qualquer pesquisador, pois para ultrapassar o nível imanente de interpretação ou o nível de sentido comum, é necessário o aprofundamento de referenciais teóricos que auxiliem a leitura para além do que ela informa em um primeiro olhar. O presente artigo apresenta um exercício prático de análise de uma fotografia com base no método documentário, cuja origem remonta à Sociologia do Conhecimento de Karl Mannheim. A adaptação do método documentário para a análise de imagens foi desenvolvida por Ralf Bohnsack, que, para tanto, também retomou a teoria da Iconologia de Ervin Panofsky e as contribuições de autores como Max Imdahl e Roland Barthes. Espera-se por meio deste artigo oferecer um contraponto à recorrente crítica em relação à falta de fundamentação teórica, de reflexão, assim como de rigor metodológico no tratamento e na análise dos dados. Ao mesmo tempo pretende-se incentivar a inclusão de outros tipos de fontes para além do texto/entrevista e da observação, tais como fotografias, imagens e filmes no âmbito das pesquisas qualitativas.
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RESUMO Com base nos escritos de Karl Mannheim sobre os estilos de pensamento na primeira metade do século XIX e de como esses constituem-se em unidades geracionais dentro de uma mesma conexão geracional, o artigo se volta ao estudo de grupos de jovens conservadores no Facebook. O propósito é compreender como grupos de jovens anunciam publicamente e em ambiente virtual uma herança cultural relacionada a um estilo de pensamento conservador. A análise dos posicionamentos dos jovens conservadores internautas revela uma apropriação difusa do conceito de conservadorismo, mas estratégias claras de polarização com outros grupos e estilos de pensamento. Enquanto herdeiros culturais do conservadorismo, assumem para si a tarefa de transformar a sociedade brasileira em direção a uma matriz conservadora.
O trânsito de sentidos e significados que emergem dos entendimentos de estudantes de Educação de Física sobre o corpo e, mais especificamente, sobre o corpo no campo de atuação e formação na Educação Física é o que move a tessitura deste artigo. Trata-se de uma investigação qualitativa reconstrutiva que intencionou delinear os significados do corpo e, mais especificamente, sobre o corpo no campo da Educação Física dialogando com a Fenomenologia Social. Para a reunião de dados optou-se pela Entrevista Narrativa e para a análise o Método Documentário. Os sujeitos da pesquisa foram estudantes, de uma universidade pública do município de Belém/Pa. Os resultados denotam uma disputa de concepções sobre o corpo que se delineiam a partir da natureza biológica e de marcadores sociais e culturais indicando fragilidades sobre o objeto de estudo da Educação Física, o corpo.
Este artigo apresenta os resultados de uma investigação sobre como jovens estudantes universitárias reconheceram-se como feministas. A partir de suas narrativas intenciona reconstruir o sentido que orienta suas ações enquanto jovens e feministas. O estudo parte dos conceitos de geração e reconhecimento. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que se vale dos pressupostos da fenomenologia social, da entrevista narrativa e do método documentário. Dos resultados, emergiram sentidos e significados que compuseram o modelo de orientação denominado “Educação de mulheres” resultante das experiências vividas e compartilhadas que promoveram seu reconhecimento como mulher, jovem e feminista.
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