Essa revisão possui o objetivo de fornecer informações para que o médico veterinário possa garantir um período anestésico mais seguro para cães e gatos. Para essa finalidade, serão apontados os principais pontos da construção de um protocolo anestésico em procedimentos cirúrgicos de pequenos animais, baseado em histórico e exames prévios, bem como a preparação dos equipamentos e acessórios utilizados para a anestesia e para o monitoramento. Serão considerados diversos aspectos para que se tenha sucesso da anestesia, tais como: comunicação com o tutor na qual se apresenta o tipo de procedimento anestésico e os fatores de risco específicos ao tutor do animal; avaliação pré-anestésica para avaliar o paciente e suas possíveis alterações fisiológicas; pré-medicações e fármacos sedativos e ansiolíticos utilizados no período anestésico; preparação dos equipamentos anestésicos garantindo que todos estejam ligados e funcionando adequadamente; indução anestésica alcançada de maneira eficaz e eficientes pela administração intravenosa de medicamentos de ação rápida; manutenção anestésica por uma combinação de drogas injetáveis e inalantes ou de forma separada; e a recuperação anestésica do paciente, momento em que continuasse monitorando os parâmetros fisiológicos do paciente até a recuperação completa. Portanto, considerando os aspectos abordados é evidente a complexidade do procedimento anestésico e a necessidade de incluir ações desde o momento em que o animal está em casa até a recuperação anestésica.
O prolapso vaginal é definido como a projeção da parede da vagina para o exterior pela rima vulvar. As causas relacionadas à ocorrência são diversas, entretanto alguns fatores predisponentes se destacam como o relaxamento do sistema de fixação da vagina, aumento da pressão intra-abdominal, defeitos anatômicos, distúrbios hormonais (alto de teor de estrógeno), obesidade, inflamação na região vulvar, fêmeas idosas e predisposição hereditária. Pode ser classificado em parcial ou total, ou por estágios dependendo da evolução do prolapso. O objetivo deste relato foi descrever um caso de prolapso de estágio 3, como também, medidas terapêuticas distintas. A sutura de Buhner vem sendo a mais recomendada terapia cirúrgica, porém, são necessárias medidas profiláticas para diminuir a incidência no rebanho.
O presente estudo teve por objetivo os efeitos sedativos das aplicações de detomidina, nos intervalos de doses de 50 a 80 ug/kg pela via intramuscular e de 20 a 40 ug/kg pela via intravenosa. O trabalho foi baseado nos parâmetros farmacocinéticos de tempo máximo (Tmax), concentração máxima (Cmax) e tempo de meia vida (T ½ ). A relação entre a posição da cabeça e concentração plasmática foi estabelecida a partir de um modelo PK/PD. Se for tomado como base o tempo que o animal demora para retornar a cabeça para a posição de 100cm, é observado que este tempo é de 378, 396, 412 e 425 minutos para as doses de 50, 60, 70 e 80 ug/ml respectivamente, pela via intramuscular. É possível observar que o tempo de duração do efeito é de aproximadamente 78, 101, 122, 138 e 150 minutos para as concentrações de 20, 25, 30, 35 e 40 ug/kg respectivamente, pela via intravenosa. O efeito considerado desejado durou 66, 88, 104, 127 e 139 minutos com as doses de 20, 25, 30, 35 e 40 ug/kg respectivamente, pela via intravenosa. O presente estudo concluiu que quanto maior a dose, maior será o tempo de duração do efeito independente da via. Pela via intramuscular ocorre um aumento de aproximadamente 20 minutos para cada 10 ug/ml de acréscimo na dose.
O shunt portossistêmico congênito extra-hepático é uma anomalia vascular que consiste na comunicação entre a circulação portal e a sistêmica, fazendo com que substâncias normalmente metabolizadas e excretadas pelo fígado sejam desviadas diretamente para a circulação sistêmica e desencadeiem alterações nos sistemas neurológico, gastrointestinal e urinário. O diagnóstico se dá através de exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia computadorizada. Para estabilização do paciente, é muito indicado o tratamento clínico inicial, especialmente para os que manifestam sinais de encefalopatia hepática, e o tratamento definitivo é a atenuação cirúrgica gradual. As técnicas mais indicadas atualmente para a oclusão do shunt são o anel constritor ameróide e a banda de celofane, os quais têm bons resultados a longo prazo. O prognóstico dos pacientes submetidos ao procedimento cirúrgico varia de acordo com o estado geral do paciente no momento do diagnóstico e as complicações que podem ocorrer no trans e pós-operatório, como hipertensão portal, convulsões, hipoglicemia e falha no fechamento do shunt. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de atenuação cirúrgica de shunt gastrocaval direito extra-hepático utilizando a técnica com banda de celofane. O paciente canino, Pug, com oito meses de idade, foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná apresentando sinais clínicos neurológicos e com diagnóstico prévio de shunt portossistêmico. Para determinar a origem do vaso anômalo e otimizar o planejamento cirúrgico, foi indicada angiotomografia computadorizada. O tratamento clínico foi instituído e, após 15 dias, foi performada a atenuação cirúrgica do shunt utilizando a banda de celofane fixada com clipes de titânio. O paciente apresentou sinais de hipertensão portal, ascite e hipoglicemia pós-operatórias, as quais foram tratadas no período de internação. Após 15 dias da alta hospitalar, o paciente retornou ao Hospital Veterinário com bom estado geral, ausência de ascite e sinais neurológicos e não foram evidenciadas alterações significativas nos exames laboratoriais, demonstrando a eficácia da técnica cirúrgica escolhida.
Para que os protocolos terapêuticos sejam corretamente instituídos é necessário entender corretamente como serão aplicados. A presente revisão bibliográfica tem como objetivo caracterizar as diferentes vias de administração usadas na Medicina Veterinária felina. Dessa forma, serão abordados diversos exemplos de fármacos utilizados por vias enterais e parenterais. Uma vez que essas particularidades são estudadas, é possível compreender de que maneira cada via atua, fator que aumenta consideravelmente a eficácia dos tratamentos. Em razão da administração de fármacos pelas vias incorretas, bem como da escolha terapêutica na maioria das vezes inapropriada para essa espécie, muitos gatos acabam se intoxicando. Em decorrência da sua deficiência de metabolização hepática e predisposição a desenvolver afecções renais, muitos pacientes têm prognóstico desfavorável e acabam vindo a óbito. Portanto, a fim de evitar possíveis intoxicações por vias de administração incorretas, e melhorar a escolha terapêutica, buscou-se elucidar os diferentes tipos de medicamentos utilizados na espécie felina e formas de administração que podem ser empregadas nesses animais.
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