IntroduçãoAs doenças cardiovasculares em pacientes com neoplasia são eventos cada vez mais frequentes em razão dos avanços na terapêutica oncológica que resultaram tanto na melhora da qualidade de vida como no aumento da sobrevida dos pacientes.1 Os progressos no tratamento oncológico nos últimos anos resultaram também na maior exposição dos pacientes a fatores de risco cardiovasculares e à quimioterapia com potencial de cardiotoxicidade. 2,3A cardiomiopatia induzida pela fibrose miocárdica, decorrente do uso da doxorrubicina e da daunorrubicina, ocorre em cerca de 3% dos pacientes, é dose-dependente, afeta todas as faixas etárias e é frequentemente irreversível. 1A cardiotoxicidade pode se apresentar de forma aguda, subaguda ou crônica. 4 A cardiotoxicidade aguda ou subaguda caracteriza-se por alterações súbitas na repolarização ventricular, alterações no intervalo Q -T, arritmias supraventriculares e ventriculares, síndromes coronarianas agudas, pericardite e miocardite, geralmente observadas desde o início até 14 dias após o término do tratamento. 4A cardiotoxicidade crônica pode ser diferenciada em dois tipos, de acordo com o início dos sintomas clínicos. O primeiro subtipo ocorre dentro de um ano após o término da quimioterapia, e o segundo ocorre geralmente após um ano do término da quimioterapia. A manifestação mais típica de cardiotoxicidade crônica é a disfunção ventricular sistólica ou diastólica que pode levar a insuficiência cardíaca congestiva e a morte cardiovascular.4,5 O surgimento de complicações cardiovasculares pode determinar interrupção do tratamento quimioterápico comprometendo a cura ou o adequado controle do câncer.6,7 É válido ressaltar que a insuficiência cardíaca tem pior prognóstico que muitas neoplasias e pode comprometer seriamente a evolução do paciente em tratamento.8 Os efeitos cardiotóxicos clássicos são cumulativos e têm relação com a dose, a velocidade de infusão, a associação de drogas e as insuficiências hepática e renal. Teoricamente, qualquer quimioterápico tem potencial para causar toxicidade. A cardiotoxicidade das antraciclinas (doxorrubicina, epirrubicina e idarrubicina) caracteriza-se por queda na fração de ejeção do ventrículo esquerdo, ocorre em 5% a 25% dos casos, inicia-se nas primeiras doses, e está relacionada à dose cumulativa, especialmente com doses acima de 400 mg/m 2 de superfície corpórea. 9 Nessa dosagem, observa-se dano permanente miocárdico, caracterizado por apoptose dos miócitos, resultando em fibrose e perda da função cardíaca. No nosso caso clínico procuramos evidenciar a fibrose miocárdica gerada provavelmente pelo uso do quimioterápico (antraciclina) e demonstrar a utilidade da ressonância magnética no seguimento dos pacientes que realizaram quimioterapia. Relato do CasoM.S.A.C., 51 anos, feminina, foi diagnosticada com neoplasia de mama em outubro 2014, quando foi submetida a mastectomia esquerda seguida de quimioterapia com doxorrubicina na dose de 60 mg/m 2 , sendo utilizada uma dose total de 362 mg/m 2 ao final de seis meses de tratamento. No ...
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