A repercussão do pensamento de Benjamin Constant se deve, em grande medida, ao seu esforço teórico de tornar os seus princípios de política redutíveis, ou aplicáveis, a todos os governos. Princípios liberais estes que acentuam a individualidade e as marcantes diferenças dos usos e costumes da vida moderna em comparação à antiga. Entretanto, a variabilidade de suas posturas colocou-o em uma situação de difícil classificação, para além da de liberal. Neste artigo, argumenta-se que seus princípios de política são, de fato, oriundos de sua concepção de república, pois, para que sejam aplicados às monarquias, são necessárias duas instituições modernas: o poder neutro do rei e a hereditariedade de uma assembleia legislativa. Nesse sentido, a teoria de Constant gira em torno de um republicanismo que melhor se coaduna aos princípios de política; esse republicanismo reside na junção entre o que Constant definiu como liberdade dos antigos e a liberdade dos modernos
Resumo O artigo detém-se nos argumentos do republicanismo neorromano a fim de explicitar proximidades com o liberalismo maiores que os próprios neorromanos estão dispostos a reconhecer. Para isso, centra-se nas obras de Pettit. Metodologicamente, além da premência da análise textual, mostra a transformação temporal das teorias republicanas. Argumenta-se que as proximidades com Berlin fixam-se em termos de seu reconhecimento das relações humanas, produzindo, assim, a necessidade de uma teoria da justiça contrária à autocracia, com a qual se estabelece o diálogo com Rawls. Em seguida, contrasta-se brevemente a utilização por Pettit de suas fontes históricas com a declarada referência a Pocock da identificação da tradição republicana e, com isso, mostram-se pontos de inconsistência interna que o aproximam de importantes interpretações do liberalismo. O artigo conclui que não é necessário definir como republicana a teoria de Pettit para que permaneça válida.
Resumo Este artigo argumenta que James Harrington é um defensor do conflito político, de um modo diverso ao de Maquiavel, porque para esse os humores (dos grandes e do povo) estão em contrariedade. Para Harrington, o conflito se faz a partir do interesse pela riqueza na forma de propriedade. Os homens, apesar de possuírem o mesmo interesse, têm capacidades distintas de realizá-lo, configurando a natural aristocracy. Por isso, aqueles que possuem sabedoria, os senadores, devem propor as leis e o povo, soberano da assembleia, deve escolhê-las. Tal divisão de poderes e separação de funções supõe um conflito institucionalizado entre as casas. Em parte, o senado tem seus interesses atendidos, em parte, a assembleia tem o seu, pois senão, nenhuma lei seria aprovada. A realização parcial do interesse, por motivos diversos, confirma o maquiavelismo de Harrington.
O artigo argumenta que a historiografia humanista e renascentista sobre as origens de Florença produziu, paulatinamente, rupturas com a visão medieval da fundação da cidade pelo Império Romano. Com Salutati, há a primeira declarada defesa da fundação pela República Romana, sustentada em monumentos históricos e textos antigos. Bruni acrescenta o fato de que, por legítima herdeira, Florença recepciona ainda a responsabilidade de levar glória e grandeza às demais províncias da península. Malgrado o contexto de guerra com Milão ser importantíssimo nas explicações dos textos desses humanistas, a continuidade do tema com Maquiavel prova que ele sobreviveu pela sua força teórica, ainda pouco explorada pela bibliografia especializada. Para ele, não se trata apenas de ligar as origens de uma cidade ao seu prestígio e função na contemporaneidade, mas o tema da fundação em si mesmo exige uma reflexão teórica. O artigo apresenta esses marcos atento às inflexões e, sobretudo, aos aspectos teóricos de composição historiográfica.
The genesis of this article may be found in Benjamin Constant's assertion, at the end of 'The Liberty of Ancients Compared with that of Moderns', that freedoms must be combined before they can be separated. Possible means to bring about such a union may be found in his works. First, he examines the need for action on the part of citizens and how such action could occur in modern conditions, both from the point of view of the individual and of class. The second part of the text analyzes how moral sentiment, patriotism and wellunderstood interests are the central components of a union that would guide both action and participation. The formal dimension of the combination of freedoms within institutions is explored, as well as the theoretical aspects of neutral republican power as contrasted with its monarchical counterpart. I conclude that, despite modern and liberal constraints, Constant does not completely abandon the republican tradition, expressed in the active life of citizen and institutions, in the fight against arbitrariness and in the defense of collective self-government by means of laws. This leads us to the observation that the neo-republican view of Constant as insensitive to participation in modernity is gravely limited.
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