Relato de Caso | Case RepoRt INTRODUÇÃOA retinose pigmentar é um termo utilizado para um grupo de doenças que são caracterizadas pela hereditariedade, bilateralidade, disfunção progressiva, perda celular e eventual atrofia retiniana. A perda dos fotorreceptores leva a posterior deterioração das camadas internas da retina, com atrofia difusa de todas as camadas. Os sinais característicos são: aglomerados pigmentares com aspecto de "espículas ósseas" na periferia da retina, atenuação dos vasos e palidez "cérea" do nervo óptico. As primeiras descrições de retinose pigmentar unilateral (RPU) datam de meados do século XIX (1) . Desde então, vários outros foram relatados. Em 1948, Dreisler sugeriu que essas condições representavam uma rara forma de manifestação assimétrica da doença bilateral (2) e em 1951, Joseph concluiu que muitos destes eram secundários a outras doenças (3) . Ainda hoje persiste a discussão sobre a existência da RPU como entidade clínica isolada, sua relação com a retinose pigmentar bilateral (RPB) e, principalmente, sua associação com outras doenças adquiridas. Estas incertezas podem confundir o médico oftalmologista especialmente quando não é encontrada uma causa para as alterações apresentadas ao exame clínico. RELATO DE CASOPaciente do sexo masculino, 24 anos, procedente de Belo Horizonte foi admitido na unidade de urgência da Clínica de Olhos do Hospital Santa Casa de Belo Horizonte, com relato de diminuição da acuidade visual no olho direito (OD) com evolução de dois dias. Negou dor, trauma ocular recente ou prévio. Informou passado de varicela aos 19 anos. Sua história familiar evidenciou mãe com hipertensão arterial sistêmica. Ao exame oftalmológico apresentou acuidade visual corrigida de 0,4 (20/50) no OD e 1,0 (20/20) no olho esquerdo (OE). A biomicroscopia do segmento anterior não revelou alterações e a medida da pressão intraocular pela tonometria de aplanação (Goldmann) foi de 16 mmHg em ambos os olhos. O mapeamento de retina do OD evidenciou vítreo claro, retina aplicada, atenuação arteriolar difusa, disco óptico corado com contornos regulares e relação escavação/disco fisiológica, rarefação de epitélio pigmentar da retina (EPR) e aglomerados pigmentares similares à "espículas ósseas" 360 0 poupando a região macular. O exame do OE demonstrou vítreo claro, retina aplicada, vasos retinianos com relação artéria/veia de 2/3, disco óptico corado, com contornos regulares e relação escavação/disco fisiológica, brilho macular preservado sem qualquer alteração retiniana.O campo visual manual (CVM) realizado com o campímetro manual (Goldmann) mostrou padrão tubular no OD e exame sem alterações no OE (Figura 1A). A retinografia colorida utilizando o equipamento Spectralis (Heidelberg Engineering) evidenciou atenuação dos vasos e aglomerados pigmentares além das arcadas vasculares no OD, não observadas no OE (Figura 1B). Angiografia fluorescente realizada com o mesmo aparelho demonstrou áreas de hipofluorescência por efeito máscara devido aos acúmulos pigmentares, hiperfluorescência por efeito j...
Introduction: Posterior lenticonus is a rare ectasia of the posterior capsule of the lens and has a prevalence of 1-4/100,000 and is associated with crystalline opacity in 14% of unilateral cases and 9% of bilateral cases. Depending on the degree of opacity and visual impairment, there is a risk of developing amblyopia but the effect on vision is extremely variable. We report two different treatment approaches to the disease. Case Report: The first case is a 10 months male patient with Down syndrome attended for evaluation of cataract with good fixation and no strabismus. Inicially a non surgical treatment was chosen but later he developed an agressive behavior and a posterior lenticone associated with posterior polar cataract was observed, which lead to the decision of a surgical treatment. The second case is a 7 years old patient with history of low visual acuity and posterior polar cataract in the left eye associated with posterior lenticonus discretely displaced superiorly. He was treated with tropicamide and oclusion of the right eye for thirty days. Discussion: The two cases shows how is it possible to manage posterior lenticonus with surgical ou clinical treatments. There is a tendency for patients who underwent cataract surgery to have a better visual acuity improvement compared with patients who did not have surgery, however this data was not statistically significant. Conclusion: The ophthalmologist should be able to recognise this finding during examn and decide wich treatment, surgical or clinical, will bring the best visual outcome for his pacients.
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