Resumo: Introdução: Nas últimas décadas, mudanças importantes ocorreram nas ciências médicas, abrangendo desde a criação de novas condutas terapêuticas até reformulações de práticas relacionadas ao ensino, sobretudo no que concerne ao desenvolvimento de habilidades que promovam uma melhor relação entre o profissional de saúde e o paciente. Nesse contexto, a medicina narrativa (MN) surge como uma importante ferramenta transformadora da prática profissional na saúde por utilizar diferentes estratégias de comunicação para compreender as vivências dos indivíduos quanto aos seus processos de adoecimento. Objetivo: Este estudo teve como objetivo conhecer como a MN tem sido abordada no processo de ensino-aprendizagem nas graduações das profissões da saúde. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, baseada na pergunta “Quais são os impactos do uso da MN no processo de ensino-aprendizagem nas graduações da área da saúde?”. Foram incluídos artigos indexados nas bases de dados SciELO, LILACS, BVS e MEDLINE, publicados no período de janeiro de 2010 a junho de 2020 e disponíveis na íntegra. Resultado: Nove artigos foram selecionados e analisados, revelando que o uso e a aplicação da MN nas graduações das profissões da saúde são heterogêneos, com diferentes populações de estudo, metodologias de pesquisa, formas de abordagens e/ou cenário de aplicação. Contudo, a análise qualitativa evidenciou que a MN contribuiu de forma significativa para o processo de formação dos discentes e profissionais, estimulando o desenvolvimento de habilidades narrativas. Destacam-se a empatia na relação profissional de saúde-paciente, o respeito e reconhecimento da importância de outros profissionais da área no cuidado destinado à saúde e atitudes críticas e reflexivas nos cenários práticos, elementos que, na percepção dos sujeitos, só foram alcançados por meio do uso dessa abordagem. Conclusão: A formação do profissional de saúde requer competências narrativas que envolvem habilidades associadas à escuta e ao diálogo, bem como a capacidade de aprender e interpretar as vivências fornecidas pelos pacientes. No entanto, diante da escassez de estudos relacionados a essa temática, mais pesquisas são necessárias para melhor avaliar o uso dessa ferramenta como recurso didático nas graduações das profissões da saúde.
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