RESUMO.O presente trabalho busca refletir sobre a vivência do luto materno na sociedade brasileira contemporânea, a partir da perspectiva fenomenológico-existencial. Foi realizada uma pesquisa qualitativa com três mães enlutadas. Utilizou-se o método fenomenológico de entrevistas, com uso de pergunta disparadora. A análise dos dados seguiu os quatro passos metodológicos de Giorgi. O relato das mães evidenciou diferentes temáticas, descritas por meio de dez elementos constituintes da vivência de luto materno, a saber: dor; perda de um modo de existir; espiritualidade; culpa; perda do sentido do mundo-da-vida; vontade de morrer; fragmentação dos laços afetivos; engajamento em projetos relacionados ao filho; perpetuação da memória do filho; estreitamento de laços com pessoas significativas para o morto. Os resultados obtidos na pesquisa indicam que, embora o luto se modifique ao longo do tempo, a perda de um filho jamais é superada, sendo este sofrimento compreendido não mais como uma condição patológica, mas como especificidades a serem compreendidas. Palavras-chave:Luto; luto materno; psicologia fenomenológica. THE BIGGEST PAIN IN THE WORLD: THE MOTHER´S MOURNING FROM A PHENOMENOLOGICAL PERSPECTIVEABSTRACT. This paper aims to reflect on the experience of grieving mothers in contemporary Brazilian society from an existential-phenomenological perspective. We performed a qualitative study with three mourning mothers, using the phenomenological interview method with a starter question. Analysis of the data followed Giorgi's four methodological steps. The reports of the mothers showed different themes, described by ten constituents of the grieving´s mother experience, as following: Pain, Loss of a way of being, Spirituality, Guilt, Loss of life-world´s sense, Will to die, Fragmentation of affective bonds, Engagement in projects related to the child, Perpetuation of the memory of the son, Strenghtening of ties with a deceased´s significant others. The results indicate that although the grief changes over time, mothers never fully recover from their loss. This leads us to understand the mothers' suffering as a non-pathological condition but with specific features to be understood.Keywords: Grief; maternal mourning; phenomenological psychology. EL DOLOR MÁS GRANDE EN EL MUNDO: EL LUTO MATERNO EN UNA PERSPECTIVA FENOMENOLÓGICARESUMEN. Este trabajo tiene como objetivo reflexionar sobre la experiencia del luto materno en la sociedad brasileña contemporánea, desde la perspectiva fenomenológico-existencial. Se realizó una investigación cualitativa con tres madres enlutadas. Se utilizó el método fenomenológico de entrevistas con una pregunta disparadora. El análisis de los datos siguió los cuatro pasos metodológicos de Giorgi. El relato de las madres señaló diferentes temáticas, descriptas por diez componentes constituyentes de la experiencia de luto materno, siendo: Dolor, Pérdida de un modo de existir, Espiritualidad, Culpa, Pérdida del sentido del mundo-de-la-vida, Deseo de morir, Fragmentación de lazos afectivos, Participa...
The DSM-5 enlarge the discussion about the differentiation between normal and complicated bereavement. Based on the work of Arthur Tatossian and on a phenomenological comprehension of bereavement, this article aims to discuss the clinical practice with bereaved patients and its relations to diagnostics issues. We present the concept that mourning is experienced as an intersubjective phenomenon lived as a loss of a shared world, disrupted by death. When someone loses a loved one, he/she also loses a perspective, and an existential possibility, so that the mourner is left with the need to signify his/her existence, which is not a returning to a previous life. Based on Tatossian's proposition of substitutive-dominant and anticipatory-liberatory care, we propose that bereavement therapy should consider the patients' freedom-unfreedom dyad as a criterion for understanding its pathological dimension and for the care the mourner dedicates to its existence.
Este estudo teve como objetivo mapear as publicações científicas sobrecorpo na Psicologia brasileira na última década. Foram selecionados 126artigos nas bases de dados Pepsic e Scielo, buscados com os descritores“corpo” e “corporeidade”, publicados entre 2000 e 2009, em português.Os artigos foram agrupados em categorias de análise, assim distribuídas:(1) cita ou problematiza “corpo” ou “corporeidade”; (2) áreas de estudo;(3) teorias de base; (4) metodologia; e (5) concepções de corpo. Nota-seque a década foi marcada por um forte crescimento de publicações. A áreaque mais publicou sobre o tema foi a “clínica”, e a teoria, a “psicanálise”.Os estudos teóricos predominam sobre os empíricos e há uma incidênciarelevante de estudos multidisciplinares. O tema emerge como complexo,fortemente problematizado pela Psicologia. As análises também apontampara uma dispersão conceitual do problema e uma necessidade de avançonos estudos empíricos.
Resumo Pesquisas empíricas sobre psicoterapia ainda são escassas no Brasil. Uma das maneiras de melhor avaliar os processos psicoterapêuticos é por meio do relato dos pacientes. O processo psicoterápico de enlutados é pouco estudado, a despeito de sua demanda por psicoterapia. Não há, na literatura nacional, pesquisas que abordem especificamente a experiência de psicoterapia de mães enlutadas. O presente estudo se propõe a compreender como as mães vivenciam esse processo. Este é um estudo qualitativo, em que se utilizou o método fenomenológico. Foram entrevistadas quatro mães. As entrevistas tiveram início com a pergunta disparadora: “Você pode relatar a vivência de seu processo terapêutico durante o luto?”. Depois de transcritos, os relatos foram analisados a partir dos quatro passos metodológicos desenvolvidos por Giorgi. A análise das entrevistas revelou 18 elementos constituintes, que foram divididos em três eixos temáticos, a saber: relação terapeuta-paciente, possibilidades expressivas que emergem da relação psicoterápica e ressignificação. Concluiu-se que essa é uma vivência de uma relação particular estabelecida entre a mãe enlutada e o psicoterapeuta, da qual podem emergir possibilidades de ressignificação da sua relação com seus filhos falecidos, com seus familiares, com a morte e com a própria vida, desde que se sintam acolhidas, compreendidas e adquiram confiança para se expressarem livremente. Os dados nos levam a questionar se um projeto psicoterápico, livre de limites quanto aos temas abordados e em relação a objetivos prévios, poderia ser benéfico para pessoas enlutadas.
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