The paper discusses some cases of ambiguity in comparative sentences with the presence of modal expressions. The presence of the modal seems to make reference to the predicate maximal or minimum degree. We show the current proposals, particularly Rullmann (1995), who adopts a syntactic explanation ;and Marques (2003) and Méier (2002), which derive the semantic representation assuming a negation in the logical form. We argue that the proposals lack independent empirical motivation and suggest that the two readings can be generated by the way the ordering source in its relation with the modal base are organized in the context.
PALAVRAS-CHAVEAmbiguidade. Modalidade. Orações comparativas. Possibilidade.
Resumo: O artigo discute a hipótese dos parâmetros para expressão da comparação e das construções graduais analisando dados do português brasileiro (PB). Beck et alii (2009) e Beck, Oda e Sugisaki (2004) estipulam três parâmetros: i) a língua tem predicados graduais (DSP -Degree Structure Parameter); ii) a língua tem ligação de variáveis na sintaxe (DAP -Degree Abstraction Parameter); e iii) a língua tem a posição sintática de grau preenchida (DegPP -Degree Phrase Parameter). Línguas com marcação negativa no DSP não exibem qualquer construção gradual, enquanto as marcadas positivamente exibem uma variedade de construções graduais, especialmente comparativas tradicionais com algo semelhante a "mais". O DAP dá conta de estruturas que envolvem ligação de variáveis de grau na sintaxe, como comparativas que exibem ambiguidades de escopo. Por fim, também há a impossibilidade de se preencher o argumento de grau dos adjetivos com sintagmas de medida (cf. *2 metros alto), um fato explicado pela marcação negativa no DegPP. Mostramos que o PB recebe marcação positiva nos dois primeiros parâmetros e negativa no último. Discutimos estruturas interrogativas graduais, bem como sintagmas de medida como 2 metros de altura. O artigo conclui que essas estruturas precisam ser melhor discutidas para entendermos sua relação com os parâmetros.
RESUMO:Este artigo inicia uma análise semântica para muito adverbial. Essa proposta estende a Semântica de Delineação (KLEIN, 1980;BURNETT, 2014;2015) para o domínio dos eventos. A expressão muito P, em suas várias manifestações (modificando verbos, adjetivos ou nomes), é uma função que denota o conjunto contextualmente dado dos indivíduos ou eventos que estão na extensão positiva do predicado. A análise assume que há eventos na ontologia (PARSONS, 1990). A comparação com advérbios como a lot 'muito' (inglês) e beaucoup 'muito' (francês) mostra que esses modificadores compartilham leituras (frequência, duração e quantidade de objetos ou suas partições) e restrições. Com estados, esses advérbios produzem leitura de intensidade, porque estados são de-adjetivais e adjetivos ordenam os objetos em extensões positivas, negativas ou vagas. Explicamos as leituras e as restrições assumindo que muito pressupõe 'mais de um' (eventos, momentos no tempo, objetos ou porções de objetos), pois opera sobre um conjunto ordenado, dado contextualmente pela classe de comparação. Palavras-chave: Semântica de Delineação; Modificação Verbal; Eventos.* Os autores agradecem aos dois pareceristas anônimos pelos comentários, questionamentos e sugestões que nos ajudaram a melhorar diversos aspectos do artigo.
Resumo: O objetivo principal do artigo é mostrar que a distinção entre adjetivos graduais relativos e absolutos é relevante gramaticalmente em português, e o objetivo secundário é discutir a interpretação dos maximizadores como completamente e dos minimizadores como ligeiramente. Aplicamos os testes propostos por Kennedy (2007) e verificamos que os modificadores completamente e ligeiramente são sensíveis à estrutura da escala, como previsto. Contudo, diferentemente do inglês, os adjetivos relativos em português aceitam a modificação pelo minimizador ligeiramente na leitura gradual. Mostramos que isso é um efeito da sua semântica, que é sensível a padrões mínimos (sejam eles contextuais ou lexicais). Identificamos também que a classe dos adjetivos que geram escalas fechadas possui duas subclasses: pares como cheio/vazio possuem uma escala com lacuna extensional; enquanto um par como aberto/fechado possui transição natural entre os polos. Sobre a semântica dos modificadores, vemos que completamente possui duas leituras, uma mereológica e uma gradual, enquanto ligeiramente, além da leitura gradual, produz uma leitura pragmática de atenuação.
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