Resumo O presente texto focaliza a contribuição do sociólogo alemão Norbert Elias Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.
Federal Fluminense, orientada por André Luiz Vieira de Campos, Lepra, medicina e políticas de saúde no Brasil (1894Brasil ( -1934, de Dilma Cabral, representa uma nova contribuição à historiografia, que já se consolidou no Brasil e é discutida amplamente pela autora, pesquisadora do Arquivo Nacional. O período focalizado, dos primeiros anos da República até os anos da Revolução de 1930, é essencial para se entender a relação entre instituições nacionais e pensamento e ação sanitárias, quando se intensificou a interação com a conjuntura internacional.Como se sabe, o termo hanseníase é criação recente no Brasil, a metáfora que procura abrandar um estigma, mas o título dado pela historiadora mantém o termo lepra, mais antigo e com tradução direta em vários idiomas, leprosy, lèpre, Lepra. Entre as doenças transmissíveis, a lepra, ou hanseníase -termos que utilizaremos indistintamente -, continua sendo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 8 set. 2010), uma das principais causas de neuropatia periférica e incapacidade funcional no mundo. A doença faz parte da dramaturgia do sofrimento humano desde a Antiguidade, mas sua identidade etiológica remonta ao final do século XIX, quando o médico norueguês Gerhard Henrik Armauer Hansen, ao analisar material de lesões cutâneas, descobriu o Bacillus leprae, causador da doença (Castro Santos, Faria, Menezes, 2008).Nas últimas décadas do século XIX, surgiu, nos meios científicos, um grande interesse na enfermidade. No Brasil, a história da saúde pública no controle da hanseníase demonstra A hanseníase e sua história no Brasil: a história de um "flagelo nacional"Hanseniasis and its history in Brazil: the history of a "national scourge"
Ao discutir a luta contra a hanseníase no
Este trabalho focalizou o impacto da Aids sobre os caminhos da hemoterapia brasileira, de um duplo ponto de vista: cm primeiro lugar, do ângulo das políticas públicas, tanto federais (Pró-Sangue e Planashe) quanto estaduais (Grupos de Desenvolvimento de Programas); cm segundo lugar, do ângulo da eclosão de movimentos sociais e grupos de pressão (como a Abia e o Comitê "Pacto de Sangue") - manifestações sem precedentes da sociedade civil na história das lulas pela saúde no Brasil. Estas manifestações, segundo acreditamos, foram em grande parte responsáveis pelas primeiras conquistas reais no tocante à melhora dos serviços hemoterápicos e ao ordenamento e controle da produção industrial de hemoderivados. As políticas públicas para lodo o conjunto das atividades durante os últimos anos na verdade responderam àquelas pressões, em contraste com o processo anterior de formulação de políticas, em que o Estado tomava decisões independentemente da sociedade civil (menos dos setores empresariais, aos quais se mostrou por demais permeável) e tomava a iniciativa. A politização da questão do sangue produziu benefícios indiscutíveis, no contexto mais amplo do grande debate nacional provocado pela entrada da Aids no País, e pelo "grande medo" que a epidemia desencadeou em toda a população. A atividade hemoterápica chegou a ser contemplada na legislação votada pela Assembléia Constituinte de 1988, tamanha foi a projeção que o tema alcançou, na esteira das discussões sobre a Aids. Mas houve problemas evidentes na legislação aprovada na Constituinte, em parte decorrentes da necessária e bem-vinda politização do tema O avesso do debate político, por assim dizer, foi sua excessiva "ideologização", acompanhada da ausência de discussão sobre as experiências ou modelos hemoterápicos internacionais. Esta discussão teria, a nosso ver, maüzado o conteúdo doutrinário dos debates sobre as questões da estatização ou privatização, centralização total ou descentralização radical, doação altruísta ou doação remunerada. Em um próximo artigo em Physis procuraremos focalizar estes tópicos e tirar, do debate internacional e da diversidade das soluções institucionais ali encontradas, algumas lições para a experiência brasileira.
A sociologia histórica tem no método comparativo uma de suas ferramentas de trabalho imprescindíveis. Ao focalizar um século de epidemias de cólera em alguns países, o autor procurou demonstrar como um mesmo fenômeno histórico-social, estudado comparativamente, revela contrastes marcantes em seu impacto sobre a cultura, a sociedade e a política, em distintos lugares e através do tempo. Por exemplo, os diferentes processos de formação do Estado nacional marcaram profundamente a natureza dos aparelhos administrativos em países diversos, levando cada nação a desenvolver organizações sanitárias diferenciadas e modos diferenciados de combate às epidemias de cólera. Por outro lado, a análise histórico-comparativa permite entrever, no interior de cenários dissimilares, alguns padrões regulares de relacionamento entre doença e sociedade. Assim é que, apesar das diferenças que afetaram, em diversas comunidades nacionais, os valores éticos, as crenças e os comportamentos das classes sociais, da profissão médica, dos grupos religiosos e dos governos diante da cólera, houve alguns padrões simbólicos praticamente invariáveis: a análise comparativa permitiu detectar, por exemplo, que, fosse no Rio de Janeiro ou em Nova Iorque de meados do século passado, a cólera era considerada por todos um castigo divino, que atingia primeiramente as pessoas de comportamento social "reprovável". Neste artigo, o relato da tragédia humana vivida por Nova Iorque diante da cólera atende a um duplo objetivo: revelar como uma sociologia do cotidiano pode demonstrar a complexa interação doença, indivíduo e sociedade em uma metrópole do século XIX; e como, na análise de outra experiência histórica - a norte-americana -, pode-se descobrir fortes contrastes e semelhanças com o Brasil, fazendo do estudo de outra realidade um desafio para o conhecimento dos modos de enfrentamento da doença epidêmica pela população brasileira. Considerando-se seus efeitos macro-históricos, o aumento dos níveis de mortalidade foi bem menos brutal que seu impacto social e psicológico - o terror gerado pela cólera no cotidiano das famílias. Do ponto de vista epidemiológico, viu-se neste artigo que as epidemias foram geradas na Ásia por uma grande ruptura no equilíbrio entre micropa-rasita e hospedeiro humano - ruptura resultante, por sua vez, dos movimentos populacionais intensificados pelo imperialismo europeu. Partindo da índia, as ondas epidêmicas propagaram-se velozmente pela Europa e Américas, afetando sobretudo as populações mais pobres e residentes em áreas insalubres. Este é o quadro geral discutido no presente artigo, em que a sociologia histórica toma de empréstimo à epidemiologia histórica de William McNeill algumas de suas análises mais esclarecedoras.
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