Introdução: A anemia falciforme (AF) é uma doença autossômica recessiva causada por uma mutação no gene da globina β, originando a hemoglobina S, que possui o formato de foice, aumentando a propensão à hemólise. Dessa forma, os mecanismos da AF criam um estado de estresse oxidativo sistêmico, e os níveis de antioxidantes enzimáticos e de não enzimáticos são reduzidos. Estes últimos, são provenientes da dieta como, as vitaminas E e C, β-caroteno e o retinol plasmático, que são deficientes nos glóbulos vermelhos. Ademais, notou-se que outros micronutrientes também relacionam-se com a doença, como o ácido fólico, a piridoxamina, a vitamina D e o zinco, além da demanda energética e do nível de hidratação corporal. Objetivos: Revisar estudos envolvendo a fisiopatologia da AF e aspectos nutricionais associados, discutindo a relação entre essa doença e a demanda energética, a hidratação e a ingestão de micronutrientes. Métodos: Revisão integrativa de 46 estudos da base de dados PubMed e SciELO, nos idiomas inglês e Português, utilizando como palavras-chave “sickle cell disease”, “energy”, “hydration” e “micronutrient”. Resultados: Os resultados encontrados foram relativos aos estudos sobre os micronutrientes na AF. Em relação à vitamina D, foi observado que a dor crônica pode estar associada a níveis menores dessa vitamina na AF. Quanto à vitamina A, o grupo que recebeu o dobro da dose recomendada obteve níveis significativamente maiores de retinol. A suplementação de vitamina C aumentou a concentração plasmática, os níveis de marcadores de hemólise e a contagem de reticulócitos. Os indivíduos normais HbAA apresentaram níveis séricos de zinco significativamente maiores do que indivíduos com AF em crise dolorosa aguda. Ademais, notou-se que os pacientes com AF dependentes de transfusão de sangue apresentaram expressão gênica de hepcidina menor do que os controles. Por fim, foi verificado que crianças com AF e suplementadas com folato apresentaram, em estado de equilíbrio, níveis maiores que o grupo controle, enquanto aquelas em estado de crise dolorosa tiveram concentrações menores. Conclusão: A fim de identificar os efeitos carenciais e as vantagens e desvantagens da suplementação de micronutrientes em pacientes com AF são necessários novos estudos comparativos com amostras mais abrangentes.
Introdução: O voleibol é um popular esporte praticado mundialmente que proporciona ao jogador enormes ganhos físicos, sociais e de bem-estar geral. Apesar disso, a prática do esporte, sobretudo em níveis profissionais, constitui um fator de risco para lesões. Mais comum a esse esporte são os entorses, as tendinopatias e as distensões, que atingem principalmente os membros superiores e inferiores. Objetivos: Analisar as principais lesões musculoesqueléticas relacionadas à prática do voleibol, em seus diversos aspectos. Métodos: Foi feita uma busca sistemática nas bases de dados SciELO e PubMed, no idioma inglês, em que foram selecionados estudos relacionados às principais lesões que acometem jogadores de voleibol. Resultados e discussão: Após a busca com descritores, foram selecionados 49 artigos que abordam aspectos de etiologia, diagnóstico, fatores de risco e métodos de prevenção das lesões nos sítios anatômicos mais comuns: ombros, cotovelos, mãos, lombar, tornozelos e joelhos. Conclusão: As lesões, em sua maioria, possuem como etiologia a sobrecarga de treinamento e os traumas relacionados ao impacto do salto, que é inerente ao voleibol. Programas de treinamento que envolvem o fortalecimento muscular e períodos de recuperação são chave para prevenir lesões no voleibol.
A síndrome HELLP é uma condição na qual a gestante apresenta hemólise, aumento de enzimas hepáticas e plaquetopenia, sendo considerada uma manifestação grave da pré-eclâmpsia. Nos casos em que há um ou dois desses critérios, denomina-se síndrome HELLP parcial ou incompleta. A patogênese ainda carece de completo esclarecimento, contudo acredita-se que esteja relacionada à fatores placentários que desencadeiam uma resposta inflamatória sistêmica exacerbada, além de mutações genéticas que contribuem com o dano endotelial e, consequentemente, podem predispor à condição. Epidemiologicamente, sabe-se que a maior incidência ocorre entre 27 e 37 semanas de gestação, embora possa ocorrer em até 7 dias após o parto. Os principais fatores de risco incluem o histórico de distúrbios hipertensivos em gestações prévias, a nuliparidade e a idade materna superior a 35 anos. Clinicamente, é comum que a paciente manifeste sinais clássicos de pré-eclâmpsia (hipertensão e proteinúria), além de dor epigástrica e no quadrante superior direito, náuseas e vômitos, sendo que a sintomatologia tem início súbito e raramente cursa com remissão espontânea. Vale ressaltar que a síndrome pode ser assintomática e possui diagnósticos diferenciais importantes, como hepatites virais, anemia hemolítica e fígado gorduroso agudo da gravidez. Para o diagnóstico da síndrome HELLP completa, considera-se a elevação das enzimas LDH acima de 600 unidades/L, ALT e AST acima de duas vezes o limite superior, além de contagem de trombócitos inferior à 100.000 x 109/L. O manejo terapêutico envolve o parto imediato, preferencialmente via vaginal, quando a IG ≥ 34 semanas e a conduta expectante, associada à administração de corticosteróides, quando a IG < 34 semanas e houver estabilidade clínica materno-fetal. A terapia medicamentosa inclui o uso de sulfato de magnésio para a prevenção da eclâmpsia e de hipotensores de ação rápida.
O conteúdo dos livros e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
Introdução: A estenose da válvula aórtica (EA) é a cardiopatia valvar mais comum em países desenvolvidos, o que representa um forte impacto na saúde pública. As três causas principais de EA são: valvopatia reumática, esclerose e anomalia congênita. Ao diagnóstico precoce por ecocardiografia, usualmente os pacientes relatam dispnéia e angina aos esforços e pré-síncope. Classicamente, em casos avançados, as manifestações incluem angina, síncope e insuficiência cardíaca (IC). A substituição valvar é a primeira linha de tratamento da EA grave sintomática. Nesse sentido, considerando a crescente evolução técnica e melhoria dos dispositivos implantáveis, destaca-se o implante transcateter de valva aórtica (TAVR) como alternativa à substituição cirúrgica da valva aórtica (SAVR). Objetivo: Analisar as evidências atuais acerca da TAVR e comparar os desfechos clínicos dos pacientes submetidos a esse procedimento e à SAVR. Métodos: Revisão integrativa de 20 estudos encontrados na base de dados PubMed, a partir dos descritores “aortic stenosis” e “transcatheter aortic valve replacement”, utilizando os filtros idioma inglês, publicação nos últimos 10 anos e estudos dos tipos ensaio clínico, meta-análise e revisão sistemática. Resultados: Os estudos mostraram, em geral, maior necessidade de implante de marcapasso permanente em pacientes submetidos à TAVR, bem como maior regurgitação paravalvar em comparação com aqueles que passaram pela SAVR. Ambos os grupos apresentaram melhora similar na classe funcional NYHA. Além disso, os dados não mostraram diferença significativa de deterioração estrutural valvar (SVD) a médio prazo nos dois grupos, tampouco de mortalidade e de acidente vascular encefálico (AVE) incapacitante em até 8 anos. Conclusão: Foi possível compreender que, para pacientes de alto e médio risco cirúrgico, as evidências suportam a TAVR como alternativa à SAVR devido ao perfil de segurança e aos desfechos clínicos semelhantes. Contudo, ainda faltam estudos para indicar assertivamente o procedimento aos pacientes de baixo risco. Vale salientar a necessidade de mais pesquisas envolvendo as novas gerações das biopróteses valvares e o seguimento de pacientes a longo prazo a fim de determinar precisamente a SVD.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.