Neste artigo, tomo como objeto de análise as narrativas de Joseph Friedrich von Weech sobre o Rio de Janeiro, extraídas da obra Viagem ao Brasil e aos estados unidos do Rio da Prata, através da Inglaterra e Portugal, nos anos de 1823 a 1827, publicada em 1831. Em minha abordagem procuro articular diferentes teorias, tendo como objetivo situar os relatos de viagem como gênero multifacetado que, por sua natureza, se prestam de forma privilegiada a esta articulação. Em sua condição híbrida, o relato de Weech não apenas dá o testemunho do viajante sobre as terras e gentes do Rio de Janeiro como também estabelece literariamente novos significados para o que o viajante viu e viveu.
Resumo: O presente artigo situa as produções linguísticas dentro da categoria de trabalho, conforme Karl Marx apresenta em seus escritos. A linguagem, neste sentido, é vista como uma forma de trabalho em seus dois aspectos fundamentais: tanto como realização ontológica humana quanto como forma de alienação, entendida esta última também a partir dos textos de Marx. A esta forma de alienação, vinculam-se estreitamente os conceitos de ideologia e hegemonia, sobre os quais também apresentaremos algumas reflexões. Também nesse sentido, evidenciaremos algumas estratégias discursivas que constituem formas linguísticas alienadas. Reafirmamos assim a relevância dos estudos do discurso que se debruçam sobre a análise destas estratégias e de suas realizações materiais, que, por sua vez, engendram práticas sociais, legitimando e reproduzindo distintas formas de dominação. Palavras-chave: Trabalho; Linguagem; Alienação; IdeologiaAbstract: The present article sets the linguistic productions into the category of work according to Marx's writings. Therefore, the language is seen as a form of work in its two fundamental aspects: both an ontological realization of the human being and a form of alienation, understanding this last one in a Marxist view. To this form of alienation is closely associated the concept of ideology and hegemony, about what we will present some reflexions. Moreover, we list several discursive strategies that contribute to the alienating characteristics the language may have. Finally, we reaffirm the relevance of the discourse studies as a form of analysis of these strategies and their material realizations, which engender social practices by legitimating and reproducing different forms of domination.Keywords: Work; Language; Alienation; Ideology Não são poucos os esforços no campo científico, especialmente no campo das chamadas "ciências naturais", no sentido de se compreenderem a fundo os componentes biológicos que determinam, em alguma medida, a vida do ser humano: almeja-se o descobrimento prévio de uma predisposição genética para determinada doença, a determinação precisa dos genes que supostamente levariam um indivíduo a desenvolver formas específicas de sexualidade e não de outras etc. Contudo, tais esforços trazem consigo uma limitação. Quando se debruça sobre a formação do homem em seus estágios mais iniciais com o objetivo de desvendar alguns de seus mecanismos universais, o investigador é levado a priorizar o elemento inato, imediatamente presente, sem qualquer preocupação fundamental sobre a história de sua aquisição. Vale dizer, tendemos a pensar o homem como um animal com imperativos naturais inquestionáveis como os de qualquer outra espécie. Fome e sede, dores físicas, instinto sexual, nenhum destes aspectos da constituição humana se submete a uma avaliação de caráter histórico. Assim sendo, somos levados a responder à clássica e recorrente questão: "mas o que nos diferenciaria dos outros animais?" com base em verificações empíricas do tipo "fotográfico", sem nos darmos conta de que nossa con...
Resumo: Relatos de viagens formam um campo discursivo específico, que suscita reflexões sobre o fazer tradutório indissociáveis das reflexões sobre o fazer historiográfico enquanto prática discursiva. Isso evidencia a necessidade do exame desses relatos em termos não exclusivamente textuais. Segundo alguns novos paradigmas propostos pelo campo do que chamamos de Análise do Discurso Crítica, os relatos podem ser vistos como práticas simultaneamente de representação, de ação social e de constituição de identidades. Com base nessa constatação e em algumas de suas implicações, sugere-se que a atividade de tradução de relatos de viagens não seja realizada apenas com base em propósitos hermenêuticos 'presentistas', mas também atenta à interpretação do passado em termos historiográficos. Palavras-chave: Relatos de viagens. Tradução. Historiografia. Análise do Discurso Crítica.
No abstract
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