Resumo: O teatro tem sido usado como estratégia de educação e divulgação da ciência em museus. Neste artigo, analisamos duas atividades teatrais oferecidas pelo Museu Ciência e Vida, de Duque de Caxias (RJ). Com base em entrevistas e questionários, verificamos que os visitantes consultados têm familiaridade com o teatro, embora sejam frequentadores esporádicos desses espaços. Aqueles com menos acesso a programas culturais, envolvimento prévio com as temáticas abordadas e cujos filhos se engajaram na atividade tenderam a uma recepção positiva da mesma. Quando a atividade não atraía a criança ou a expectativa em relação a ela era diferente da vivenciada, a tendência foi de insatisfação. Independentemente das opiniões colhidas, vimos que as atividades despertaram no público reações que seriam dificilmente provocadas por atividades tradicionais do museu. Por este e outros motivos, defendemos a interação entre ciência e teatro como uma estratégia instigante e diferenciada de educação e divulgação da ciência.
o diálogo entre a ciência e o teatro é antigo. Com forte presença na literatura, a ciência vem inspirando uma série de dramaturgos ao longo da história. Desde Dr. Fausto, de fins do século XVI, até a contemporânea Copenhagen, peças sobre personagens, temas e acontecimentos do universo científico já ganharam os palcos de diversos teatros. O fato é que a vida de cientistas, seus dilemas éticos e morais, suas descobertas e os seus impactos são um prato cheio para a dramaturgia e, por meio dela, tem sido possível compartilhar parte dessa história com um grupo grande de pessoas que vão ao teatro.Mais recentemente, a divulgação científica tem lançado mão, de forma cada vez mais recorrente e diversa, de elementos teatrais em suas iniciativas práticas. Nesse contexto, vários argumentos têm sido mobilizados em prol da união entre ciência e teatro. Os divulgadores entusiastas dessa parceria e alguns autores que se debruçaram sobre o tema argumentam que, por meio das artes cênicas, é possível: mobilizar sentidos e emoções [1]; abordar temas complexos de forma envolvente [2,3]; tratar aspectos controversos, éticos e políticos da ciência; explorar o lado humano dos cientistas [4]; desconstruir a suposta frieza da atividade científica e aproximá-la do público [5]; e, por fim, estimular a reflexão sobre o avanço do conhecimento humano e suas implicações [6].Com esses e outros objetivos, museus e centros de ciência têm contemplado a interface ciência e teatro em suas programações. Em levantamento recente, Medeiros e Marandino [7] identificaram, no Brasil, 14 museus de ciência que realizam atividades teatrais, incluindo desde a contação de história até o teatro mais convencional, passando por esquetes, circo, dança, shows de ciência, repentes, entre outras. Independentemente do tipo de atividade, o que se observa em relação ao teatro nesses espaços é uma diversidade enorme de experiências. Em alguns museus as atividades teatrais são esporádicas, enquanto em outros integram a programação permanente; uns contam com equipes amadoras, outros, com profissionais; uns se baseiam em dramaturgia já existente, outros criam seus próprios textos e espetáculos.Para além dos museus de ciências, há grupos universitários e companhias independentes trabalhando na interseção entre ciência e teatro, com bagagens e propósitos diversos. Especialmente para esses grupos, o evento Ciência em Cena tem se consolidado como um espaço importante de troca de experiências sobre a interação entre esses dois campos. O evento, criado em 2007 pelo Núcleo Ouroboros de Divulgação Científica -inserido no Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) -, chegou em 2017 à sua décima primeira edição. Realizado entre 13 e 17 de agosto do ano passado, o XI Ciência em Cena contou com a apresentação de 17 peças teatrais, a realização de 10 oficinas e a participação de cerca de 200 pessoas [8].Se por um lado as iniciativas unindo ciência e teatro são cada vez mais numerosas na divulgação científica, por outro, a literatura acadêmica sobre o tema aind...
Apesar dos avanços no enfrentamento à Aids, registra-se, na última década, o aumento de infecções por HIV entre jovens. Isso motivou o Museu da Vida a produzir uma peça sobre HIV/Aids voltada a esse público. Neste artigo, apresentamos resultados de estudo conduzido com o público do espetáculo, com idades de 11 a 19 anos, baseado na observação de nove apresentações, cinco debates pós-peça e 220 questionários. Além de recepção positiva e forte adesão dos espectadores, verificamos que a peça foi capaz de engajá-los no debate sobre HIV/Aids. Contudo, observamos que faltam espaços de diálogo sobre o assunto, o que pode estar associado à manutenção de estigma e discriminação. Concluímos que a estratégia de unir Saúde e Teatro em uma atividade de divulgação científica foi bem-sucedida, mas ainda há muitos desafios relacionados ao enfrentamento do HIV/Aids, sobretudo entre os jovens.
The social interactions that take place in science museums, whether between family members or with mediators, are recognized as essential to visitors’ experience. However, there is still little empirical research in the Brazilian context on how families interact and converse on visits to science museums – and even less on the role of the mediator in the museum experience. In this exploratory study, the authors analyze the social interactions of families in an interactive exhibition on biodiversity: “Forest of the Senses”, at the Museum Science and Life (Brazil), characterized by having one of the lowest human well-being indicators in the country. In particular, the authors analyzed the ways in which the presence of human mediation influenced the experience of family visits to the exhibit. Video and audio of ten low-income families' visits were recorded and analyzed using a protocol based on social interactions that take place in museums. Results show that human mediation did not influence the amount or types of visitor-exhibit interactions or the amount of time spent at the exhibit, but increased the amount of conversation time among the groups, including the amount of time discussing science content, thus providing insights into mediator training and qualification.
Este trabalho tem como objetivo avaliar a concepção que os tutores a distância de um curso de graduação têm sobre interatividade e a relação dessa concepção com sua forma- ção específica em EaD e com sua prática na tutoria. Para poder entender esta problemá- tica, foi enviado um questionário para tutores a distância do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas de um consórcio de instituições públicas para oferta de cursos de graduação na modalidade EaD do estado do Rio de Janeiro. Ao todo, 20 tutores a distância responderam a todas as perguntas presentes no questionário, sendo amostrado um total de 12 disciplinas diferentes. Através da aná- lise da resposta dos tutores a distância, o presente estudo pode concluir que uma alta formação acadêmica pode não necessariamente representar um conhecimento específico sobre aspectos relacionados à EaD e que cursos de formação específicos sobre Educação a Distância são importantes para uma melhor formação dos tutores como promotores da interatividade.
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