RESUMOA Linguística Textual, como ciência multidisciplinar, exibe um histórico que reflete as mudanças conceituais sofridas por outras disciplinas com as quais estabelece interface, como a Filosofia da Linguagem e as Ciências da Cognição. O texto, seu objeto natural de estudo, inicialmente visto como matéria linguística que apenas transpunha as fronteiras frásticas, ocupa atualmente o status de evento comunicativo que envolve, além da materialidade multimodal, aspectos sociocognitivos. Neste trabalho, refletimos sobre uma questão que entendemos estar ligada a essa visão de texto e que, segundo nos parece, é quase sempre negligenciada nas atividades didáticas de língua materna. Assumindo a tese de que conceber o texto como um evento implica percebê--lo como realidade dinâmica, dependente de cada "atualização", que tem na instabilidade de sentidos um dos elementos constitutivos, tentamos demonstrar, por meio de um relato de experiência, que quando se trata do ensino de língua materna, atividades focadas na aprendizagem como cognição situada e incorporada condizem com essa concepção movente de texto e contribuem para que de fato o sentido se construa na interação. Para comprovar essa ideia, apresentamos um breve relato de experiência envolvendo cinco alunos do CEJA (Centro de Educação de Jovens e Adultos), participantes de um curso de interpretação textual. Os resultados, expressos nas respostas escritas e orais dos participantes às questões condutivas, bem como em seus comentários no diário de bordo, sugerem que o metatexto didático (questões condutivas e discurso do professor) teve papel preponderante na construção de sentidos pelos alunos. PALAVRAS-CHAVE: linguística textual; cognição situada; ensino de leituraABSTRACT Textual Linguistics as a multidisciplinary science has a history that somehow reflects the conceptual changes undergone by other disciplines with which it interfaces, such as Philosophy of A. Em que você pensa quando ouve ou lê essa palavra? Em qual época do ano se costuma falar mais de folia? B. Você gosta de folia? Tem amigos foliões? C. Você acha que a cena corresponde ao que você conhece normalmente com esse nome?Publicada em 01/02/2008, no jornal "DIÁRIO DO POVO" (Campinas/SP). Disponível em:
Neste trabalho analisamos como os processos de textualização estão implicados nas construções de sentidos em interações através do Twitter.
Nas duas últimas décadas, surgiram diversos suportes digitais que viabilizaram uma comunicação mais dinâmica, envolvida por uma cultura digital (LÉVY, 1999). Contudo, além de facilitar e propor novas constituições comunicacionais, o universo digital também se mostrou propenso à disseminação de fake news, textos que, segundo Paiva (2020), são marcados por conteúdos sensacionalistas, que apelam para a emoção. Frente a esse contexto digital, a Base Nacional Comum Curricular (2017) solicita e estimula a adesão da escola ao uso crítico e responsável de tecnologias no ensino. Nessa direção, urge que o ensino da língua possibilite o reconhecimento desses discursos que instauram realidades danosas à sociedade. Centrados na ideia de texto como evento comunicativo (BEAUGRANDE, 1997), este artigo tem como objetivo central discutir, à luz da epistemologia da complexidade e da sociocognição, questões de um metatexto didático para a identificação de fake news. Para isso, nossa análise está estruturada a partir das questões do metatexto didático (COSTA; MONTEIRO; ALVES, 2016) por nós elaborado e apresenta uma discussão teórica que endossa a ideia de que não existe prática docente coerente distante das teorias que a subsidiam. Nossos resultados tentam contribuir com a reflexão de colegas professores. Percebe-se, ao final da nossa discussão, a necessidade de discutirmos cada vez mais o ensino focado na aprendizagem (COSTA, 2010), reconhecendo-a como prática interativa complexa e mediada por textos de diversas naturezas e semioses.
Resumo:As transformações conceituais da Linguística, nos últimos anos, têm proposto uma revisão de conceitos caros aos estudos da linguagem; dentre eles, o conceito de texto. Ultimamente, defende-se, sobretudo na Linguística Textual, que esse objeto deve ser contemplado para além de seus componentes materiais. Tendo em vista a relevância dessa discussão, julgamos ser conveniente apresentar neste artigo como as metamorfoses conceituais pelas quais a Filologia passou têm, ao nosso ver, uma intrínseca relação com o status que o texto veio incorporando, sobretudo, dentro dos estudos da Linguística Textual. Dessa forma, neste trabalho, aprofundamos a discussão que já sinalizamos em Alves (2016), onde discutimos o conceito de Filologia Textual, já apresentado em trabalhos como os de Santos e Souza (2012), Gama e Telles (2006) e Teixeira (2008). Argumentamos no sentido de mostrar como perspectivas teóricas da Linguística de Texto tendem a contribuir com o desenvolvimento das pesquisas no campo da Filologia, estabelecendo uma interface entre essas duas áreas do estudo da linguagem. Palavras-chave:Filologia. Texto. Linguística textual. Abstract:The conceptual transformations within Linguistics in recent years have proposed a revision of concepts that are dear to language studies, among which is the concept of text. Ultimately, it is argued, especially within Text Linguistics, that this object must be contemplated beyond its material components. In view of the relevance of this discussion, we think it is convenient to present in this article how the conceptual metamorphoses which Philology has faced, in our view, have an intrinsic relation with the status that the text has incorporated, above all, within the studies of Textual Linguistics. Thus, in this work, we deepen the discussion that we have already pointed out in Alves (2016), where we discuss the concept of Textual Philology, already presented in works such as Santos e Souza (2012), Gama e Telles (2006) and Teixeira (2008). We show how theoretical perspectives of Text Linguistics tend to contribute to the development of research in the field of Philology, establishing an interface between these two areas of language study.
Abstract:In this article, we address the reading issue from the point of view of complexity. Understanding, according to Beaugrande (1997), that the text is a communicative event whose configuration involves elements of different nature, including the participants of interaction, we think that traditional approaches to reading, even those which are focused on interaction, do not satisfactorily bolster comprehension of this phenomenon. In order to analyze how aspects that characterize reading as a complex activity show at (con)text comprehension in digital social media, we leaned on the articles by Pellanda (2005) and by Franco (2011) and we were supported by the autopoietic theory by Maturana and Varela (1995), as well as by the concepts of emergency and incorporation by Hanks (2008). Through the analysis of two examples of interaction conveyed in virtual environment, we observed that reading triggers readers' autopoiesis as living systems.
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