O artigo é uma análise teórica que articula os conceitos de corpo, sexualidade e armário para pensar a biossociabilidade gay na internet. A partir de dados produzidos por meio da observação participante em dois sites de relacionamento brasileiros voltados para homens gays na internet, constrói-se uma argumentação conceitual propondo caracterizar essa sociabilidade online como uma biossociabilidade, em que o corpo é o personagem central. Nesta biossociabilidade, em que há demanda por intensa visibilidade, a metáfora do armário adquire novos contornos: criam-se situações de intensa visibilidade e exposição dos corpos e, ao mesmo tempo, de insidiosa vigilância acerca da discrição da sexualidade gay neste contexto. Reflete-se sobre a importância da marcação e exposição do sexo (macho) e do gênero (masculinidade) nos corpos dos indivíduos, relacionando-as ao assumir-se (fora do armário), ao manter-se discreto (dentro do armário) e às formas de exposição dos corpos online.
O artigo é uma reflexão que articula os conceitos de biossociabilidade, armário e sexualidade como forma de analisar os usos que vêm sendo feitos de sites de relacionamento voltados para homens gays na internet. A partir de dados produzidos através da observação participante em dois sites, procura-se apontar os modos emblemáticos de exibição e descrição dos corpos nos perfis de usuários, delineando novas significações para o "assumir-se" gay nesse contexto. Nesta biossociabilidade online, a metáfora do armário adquire novos contornos: criam-se situações de intensa visibilidade e exposição dos corpos e, ao mesmo tempo, de insidiosa vigilância acerca da discrição da sexualidade gay.
O artigo tem por objetivo analisar como as declarações do Presidente Bolsonaro estabeleceram determinadas políticas do verdadeiro em relação à pandemia de COVID19 no Brasil. O material de análise é constituído por três pronunciamentos, realizados quando o país iniciava o isolamento social, e 45 reportagens com declarações do Presidente publicadas no portal GaúchaZH, de Porto Alegre, entre março e julho de 2020. Foram extraídos excertos que mostram as opiniões e crenças de Bolsonaro em relação aos eixos discursivos “saúde” e “economia” no âmbito da pandemia. A partir desse material foram criadas duas categorias analíticas: “mercado acima de todos”, com declarações relacionadas à economia, e “cloroquina acima de tudo”, com declarações relacionadas à saúde. O conjunto de procedimentos metodológicos apoiam-se na análise de discurso em Michel Foucault, que investiga os modos como poder e verdade se articulam naquilo que é dito. Mostra-se que o Presidente brasileiro enunciou a verdade neoliberal, desocultando o mercado como organizador fundamental do seu discurso durante a pandemia no Brasil. Essa verdade do mercado repousa em concepções específicas de liberdade e de democracia: individualistas, atomizadas, esvaziadas de seu caráter coletivo. Ainda, Bolsonaro apostou que a cloroquina seria a “pílula mágica” que salvaguardaria a saúde biológica da população e a saúde econômica do país. Porém, a saúde econômica foi sempre mais importante do que saúde biológica, o que sugere o desprezo pelas mortes dos cidadãos brasileiros por COVID-19. As políticas do verdadeiro nas declarações de Bolsonaro são políticas de morte.
This paper seeks to analyze the construction of ethics in sexuality research in which qualitative methods are employed in the field of social sciences. Analyses are based on a bibliographic review of current discussions on research methods of queer theory and on the authors' own experiences of past research on sexuality. The article offers a theoretical perspective on the ways ethnography and in-depth interviews become methods that can rely on a consensual method and create a politics of intimacy between the researchers and research participants. The politics of intimacy may contribute to the production of a politically engaged knowledge while escaping from the moral matrix that usually governs the relationship between researchers and research participants. It is argued here that the researcher's sexed and gendered body matters for fieldwork; that the consensual method among participants may be employed in sexuality research as a fruitful tool; and that the relationships created among researchers and participants can pose a challenge to predetermined ethical guidelines in research. As a result, discussions problematize the existence of a politics of intimacy in sexuality research that is characterized by ethical relations among research participants.
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