Estudaram-se, em dez experimentos de campo, os efeitos dos seguintes fitorreguladores de crescimento e da capação na cultura algodoeira: cloreto de clorocolina, aplicado na dose de 50 g/ha; cloreto de chlormequat, 100 g/ha e cloreto de mepiquat, 100 g/ha. A capação foi realizada manualmente, planta por planta, na mesma época da aplicação dos fitorreguladores, aos 60-70 dias da emergência das plantas. O delineamento estatístico foi de blocos ao acaso, com cinco tratamentos e seis repetições e, a variedade utilizada, a IAC 19. Para a avaliação dos resultados de produção e altura de plantas, efetuaram-se dois agrupamentos de ensaios, sendo um com maior e outro com menor desenvolvimento, ou seja: plantas em parcelas testemunhas com altura superior e inferior a 100 cm respectivamente. As demais características agronômicas e tecnológicas da fibra foram analisadas em um só grupo. Para o grupo de plantas com maior desenvolvimento, foi obtido, em média, um aumento de 16,3 e 8,4%, respectivamente, para o tratamento com capação e aplicação de fitorreguladores. O fitorregulador proporcionou, em média, redução de 12,1% na altura das plantas e a capação, em média, 20,8%. Os fitorreguladores, indistintamente, proporcionaram aumento de peso do tapulho e das sementes, enquanto, com a prática da capação, não se verificou esse efeito. A aplicação de cloreto de clorocolina resultou em menor porcentagem de fibra do que o cloreto de mepiquat.
Foram avaliados o crescimento e o desenvolvimento da cultivar de algodoeiro IAC 23 em espaçamentos ultra-adensado, adensado e convencional entre fileiras e com número variado de plantas por metro linear. O experimento foi implantado na área experimental da Universidade de São Paulo/Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Piracicaba (SP), no ano agrícola 2001/2002. O delineamento experimental compreendeu um esquema fatorial, em blocos ao acaso, com 4 repetições, sendo três espaçamentos entre linhas (0,38; 0,76 e 0,95 m) e quatro densidades de plantas por metro linear (5, 8, 11 e 14). Os parâmetros avaliados foram: índice de área foliar (IAF) e massa seca da parte aérea em todos os estádios da cultura (aparecimento do primeiro botão floral; abertura da primeira flor; maturação fisiológica; primeiro capulho; completa maturação); altura média de plantas, altura de inserção do 1.º ramo frutífero, diâmetro do caule, número de ramos vegetativos e frutíferos e número de internódios, verificados por ocasião da colheita. Nas condições estudadas, a cultivar completou seu ciclo em 161 dias. Constatou-se interação significativa entre espaçamento e densidade para altura média das plantas, número de ramos frutíferos e de internódios e que diferentes configurações de semeadura alteram o crescimento e o desenvolvimento do algodoeiro.
Em experimentos de campo desenvolvidos durante quatro anos com o cultivar IAC 20 de algodoeiro, em um latossolo roxo distrófico e ácido de Guaíra (SP), estudou-se o efeito de duas aplicações de calcário (0,6; 1,8 e 3,0 t/ha/ciclo) e de gesso (0, 2, 4 e 6 t/ha/ciclo), durante dois ciclos sucessivos de cultivo, de dois anos cada um. Análises periódicas de terra indicaram que a ação do calcário sobre a acidez foi maior na camada superfícial, nas duas oportunidades, enquanto o gesso aprofundou gradativamente sua ação até à camada de 40-60 cm, lixiviando bases e aumentando a porcentagem de saturação por bases em subsuperfície. Por incrementar a produtividade do algodoeiro e as concentrações foliares de S, Ca e mesmo de Mg, admitiu-se que a gessagem tenha promovido o aprofundamento de raízes das plantas, em especial quando associada à calagem em dose máxima. O efeito residual desses produtos sobre a produtividade foi baixo na primeira aplicação, enquanto se destacou na reaplicação, principalmente o calcário. Com o tempo, o uso do gesso concorreu para diminuir a concentração foliar de Mg e, em especial, a de K.
Field trials with cotton cultivar IAC-20 were conducted during four years on an acid distrophic Dusky Red Latosol from Guaíra, State of São Paulo, Brazil. The experiments and the treatments were randomized complete blocks with split-plots, with 0.6, 1.8 and 3.0 t/ha of limestone in the plots and 0, 2, 4 and 6 t/ha of phosphogypsum in the subplots incorporated in the soil in the first year and reapplied after two years. The results of successive soil analysis indicated that the action of limestone was more evident in the plow layer, whereas gypsum was more effective in the subsoil at a 40-60 cm depth, due to leaching of bases through the soil profile promoted by sulphate ion. The increase of leaf contents of S, Ca and Mg promoted by the phosphogypsum was considered also good as a evidence of enhanced root development in the subsoil of these treatments. The residual effect of both limestone and gypsum was low after the first application, but considerably higher after reapplication, especially for limestone. Along the time, the use of gypsum caused a decrease of Mg and especially K leaf contents
Instalou-se um ensaio de adubação boratada do algodoeiro, de longa duração, pela primeira vez, em 1983, em Guaíra (SP), visando avaliar os efeitos de sucessivas aplicações de boro. Aplicaram-se doses anuais de 0; 0,2; 0,4; 0,8; 1,6 e 3,2 kg/ha de B, como bórax, na mistura de adubos de semeadura, em esquema estatístico de quadrado latino. Utilizou-se uma gleba de latossolo roxo, distrófico, argiloso, anteriormente cultivado, corrigido no aspecto de acidez e adubado com NPK. As parcelas foram calcariadas no quarto, sexto e nono ano de estudo, enquanto, no sétimo ano, cultivou-se guandu, em rotação. O efeito de boro sobre a produção de algodão aumentou com o passar dos anos e com a realização das calagens; na fase inicial, obteve-se a maior produção, com a dose de 0,4 kg/ha de B e, nas etapas posteriores, com a de 0,8 kg/ha. A concentração de boro no limbo foliar mostrou-se muito sensível à aplicação do micronutriente, destacando-se as diferenças com as adubações sucessivas e após as aplicações de calcário. As doses de 1,6 e 3,2 kg/ha de B proporcionaram decréscimo de produtividade das plantas em relação à produção máxima mesmo nos primeiros anos. Após as calagens, os níveis de boro no limbo foliar, associados a essas doses, mostraram-se superiores a 50 mg/kg de B. Análise química, efetuada durante o nono ano de estudo, indicou acúmulo de boro na superfície do solo e uma lixiviação do micronutriente para camadas até 60 cm de profundidade, proporcionais às doses usadas.
Em ensaio conduzido durante nove anos com o algodoeiro sobre latossolo roxo, pobre em fósforo, em Guaíra, SP, confrontou-se o modo tradicional de adubar com aplicações a lanço de produtos fosfatados. Adubações anuais de 121 kg/ha de P2O5, no sulco de semeação, por ocasião do plantio, durante seis anos sucessivos, foram comparadas à fosfatagem única (728kg/ha de P2O5) a lanço e incorporada no primeiro ano, e à fosfatagem parcelada (364kg/ha/vez de P2O5) realizada no primeiro e no quarto ano, utilizando-se superiosfato triplo, além de uma fosfatagem parcelada com o termofosfato Yoorin. Todos os tratamentos foram comparados a uma testemunha, com adubação NK, básica e sem P. Durante os seis anos de aplicação de adubo fosfatado, o algodoeiro, variedade IAC 18, reagiu mais à aplicação localizada do fósforo, em termos de produtividade, exceção feita ao primeiro ano, quando era muito baixa a disponibilidade do nutriente no solo. Já altas doses de fosfato a lanço provocaram deficiência de potássio nas plantas, com os prejuízos se estendendo a certas características da fibra, como Micronaire e maturidade. Em face do bom desempenho da fosfatagem moderada nos anos de aplicação, sugere-se que uma associação entre os modos de emprego a lanço e localizado seja avaliada nos próximos estudos. Outras características, como peso de capulho e de semente, além do comprimento da fibra, aumentaram significativamente com o uso de P. O efeito residual do superfosfato acumulado durante seis anos, no sulco de plantio, estudado nos três subseqüentes anos, com o cultivo da variedade IAC 20, só se destacou nos resultados de produção.
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