A violência sexual contra crianças e adolescentes (VSCA) é uma epidemia, que segue trazendo inúmeras consequências para a saúde individual e coletiva. Devido ao agravamento da pandemia, desencadeada pelo vírus SARS-CoV-2, e a fundamentalidade da determinação de medidas restritivas que se iniciaram em março de 2020, evidenciou-se um aumento na vulnerabilidade das vítimas, que se mantiveram distantes de agentes de sua rede de apoio principal, as escolas. Objetivo: Analisar o agravamento dos casos de VSCA durante a pandemia de COVID-19 no Brasil. Metodologia: Revisão sistemática de caráter qualitativo e exploratório, seguindo o protocolo PRISMA. Resultados: Demonstraram que dentre as vítimas de 0 até 9 anos, as meninas representam 77%, já entre 10 e 19 anos, o sexo feminino (SF) corresponde por 91% dos registros, ou seja, 86,9% das vítimas de abuso sexual infantil são meninas. Quanto aos autores, 85,2% eram conhecidos das vítimas e 96,3% eram do sexo masculino – parentes, pessoas próximas com livre acesso às crianças o que dificultam ainda mais o processo de denúncia. Conclusão: O aumento dos casos é evidente no Brasil, principalmente em crianças e adolescentes do SF, e que o isolamento social limitou a possibilidade de as vítimas acionarem as redes de apoio. Frisa-se que identificação dos grupos vulneráveis e a proteção destes, só ocorre através da sua notificação e do desenvolvimento de políticas públicas em todas as esferas – saúde, assistência social, educação, segurança pública etc. – e é claro, da sociedade civil.
A preocupação com a saúde mental (SM) da população tem se agravado ao decorrer da grave crise social envolvida no processo de disseminação do vírus SARS-CoV-2, principalmente diante da imprevisibilidade do tempo da pandemia e seus desdobramentos. Fenômenos como esse costumam gerar perturbações psicológicas e sociais, que impactam na capacidade de enfrentamento de toda uma sociedade. Avaliando a crescente de comorbidades psicopatológicas ao decorrer do período pandêmico, esta revisão sistemática da literatura objetiva analisar a SM de pessoas com Diabetes Mellitus (DM) durante a pandemia de COVID-19 no Brasil. Para isso, realizou-se uma revisão sistemática de literatura, de caráter qualitativo e exploratório, através de pesquisas na SciELO e da Virtual Health Library (BVS), no qual se estabeleceu o recorte temporal de 2020 a 2022. Foram encontrados 44 artigos, após os critérios de elegibilidade, selecionaram-se 8 trabalhos. Conforme os dados apresentados, a SM dos portadores de DM, que já possuíam risco elevado de depressão, apresentaram um agravamento decorrente de estresse (37,7%), ansiedade (43,3%) e depressão (45,1%), principalmente durante o período de distanciamento social, refletindo na piora da qualidade de vida dos indivíduos com DM durante esse período. Dessa forma, é evidente o impacto gerado pela pandemia no que se refere à SM de pessoas que vivem com DM e outras comorbidades, tornando necessária uma abordagem humanizada através da criação de recursos e linhas de cuidados voltadas para essa demanda, objetivando-se a construção de políticas públicas inclusivas, contemplando os aspectos emocionais e sociais da população.
Introdução/Objetivo A sepse é definida como alteração biológica decorrente de infecção, na qual o paciente apresenta resposta inflamatória desproporcional à agressão inicial, culminando em disfunções orgânicas, podendo evoluir ao óbito. Os principais agentes causadores de sepse são bactérias, fungos e vírus e, o ambiente hospitalar é o principal onde ocorre a transmissão dos mesmos. Em 2020 foi observado que pacientes criticamente enfermos com COVID-19 desenvolveram alterações fisiológicas condizentes com quadro de sepse. Este trabalho tem como objetivo analisar as notificações relacionadas à sepse no Brasil, nos últimos anos e, verificar se houve alguma alteração ocasionada pela pandemia da COVID-19. Métodos Dados referentes às notificações de sepse, proveniente do SINAN-DATASUS (Doenças e Agravos de Notificação), no período de Julho 2018 e Abril de 2021, foram tabulados, analisados e comparados com os publicados em artigos científicos de referência na área estudada. Resultados Entre julho de 2018 e abril de 2021 foram notificados 424.365 casos de sepse no Brasil. A maioria das notificações ocorreram em: São Paulo (24,47%), Minas Gerais (16,72%) e Rio de Janeiro (9%). As maiores mortalidade foram observadas no Rio de Janeiro (58,20%), Amazonas (56,54%), São Paulo (55,48%), Ceará (54,64%), Tocantins (54,28%) e Pernambuco (52,01%). A análise da distribuição dos casos no período demonstra uma pequena queda no número de notificações nos últimos anos, porém, a letalidade apresentou um pequeno aumento, sendo esta de 38,7% em 2018; 44,7% em 2019; 46,8% em 2020 e 46,6% em 2021. Os anos de 2020 e 2021 podem ser considerados atípicos para a saúde. Se de um lado, a pandemia e as medidas de isolamento social, fizeram o número de cirurgias eletivas e o número de pacientes hospitalizados por traumas diminuírem, por outro, a maioria das mortes em pacientes gravemente enfermos por COVID-19 pode ser atribuída ao quadro séptico, sendo que, em cerca de 80% desses pacientes o SARS CoV-2 é o único agente desencadeador do processo. Conclusão Podemos concluir que as notificações por sepse, entre julho de 2018 e abril de 2021, se mantiveram constantes. A letalidade associada, vem apresentando um pequeno aumento nos últimos anos. A pandemia de COVID-19 pode ter influenciado esses resultados pelo fato de que grande parte dos pacientes com COVID-19 apresentam alterações fisiológicas condizentes com o diagnóstico de Sepse.
Introdução/Objetivos A pandemia da COVID-19 impactou a vida da população mundial e o setor educacional foi um dos mais afetados. No Brasil, em março de 2020, alunos foram impedidos de frequentar o ambiente escolar, visando a diminuição da transmissão da doença. Este trabalho tem como objetivo descrever a prevalência de COVID-19 entre graduandos de Medicina, durante os anos de 2020 e 2021 e as características clínicas e epidemiológicas associadas. Métodos Um questionário, respondido de forma voluntária, foi aplicado virtualmente junto a graduandos em medicina de diferentes Universidades Brasileiras, entre abril e junho de 2021. O questionário continha questões de caráter epidemiológico e clínico. Resultados 637 estudantes de medicina responderam ao questionário, sendo a faixa etária apresentada: menos de 20 anos - 17%; entre 20-29 anos - 79%; entre 30 e 39 anos - 2,5%; mais de 40 anos - 1,5%. Os estudantes residem em 23 estados brasileiros, sendo a maioria do Paraná (35,8%) e São Paulo (34%). As aulas presenciais foram interrompidas no ano de 2020 para 51,5% dos estudantes, mas 48,5% afirmam ter retornado às universidades, para aulas práticas, a partir de 08/2020. 206 estudantes (31,5%) tiveram diagnóstico positivo para COVID-19, sendo 15,8% no 1⁰ semestre de 2020, 48% no 2⁰ semestre de 2020 e, 36,2% no 1⁰ semestre de 2021. Apenas 2,9% destes relataram ter COVID-19 após alguma dose do esquema vacinal. Os principais sintomas referidos foram: perda de olfato e/ou paladar (22%), tosse (17%), febre (15%), diarreia (8,6%) e dificuldade respiratória (8,7%). Nenhum estudante precisou de internação. 5,1% afirmaram ter feito uso de algum medicamento do chamado “kit COVID” (ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina) como profilaxia e, 30% dos infectados utilizaram o tratamento. Além dessas medicações, outras citadas foram: dipirona, dexametasona, prednisona e heparina. Entre os infectados, 28,6% relataram apresentar sequelas pós infecção, sendo elas dermatológicas (42,4%), neurológicas ou psiquiátricas (30,6%), respiratórias (17%) e vasculares (10%). Conclusão Podemos concluir que a implementação das aulas remotas foi uma importante medida para o controle da transmissão pelo SARS CoV-2. Porém, outras medidas também precisam ser implementadas. Devemos reforçar que as aglomerações devem ser evitadas também em outros ambientes, além da importância dos cuidados pessoais, como o uso de máscaras, o distanciamento social e a lavagem das mãos.
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