The objective of this paper is to point out the positive and negative aspects of female sterilization as seen by two groups of sterilized women in
Este artigo tem como objetivos: a) elaborar um balanço das temáticas abordadas em diferentes estudos representativos da área de gênero e ciências, no Brasil, identificando aquelas que têm prevalecido; b) refletir sobre avanços e lacunas, indagando até que ponto as análises recuperam as interseções entre gênero e raça/etnia. Foram analisadas várias contribuições representativas da área concluindo-se que as temáticas podem ser classificadas em três grandes tendências. Apesar dos avanços representados pelo conjunto dessas contribuições, avalia-se ainda que a ênfase recai sobre as assimetrias entre homens e mulheres; as pesquisas empíricas contemplam com certa frequência as interseções entre gênero e gerações, através da análise de dados agregados por faixa etária; em algumas pesquisas há informações sobre o perfil socioeconômico das mulheres analisadas; não foram encontradas análises que coloquem as questões raciais e étnicas no centro do debate, constituindo-se essa lacuna num grande desafio epistemológico e político.
O ingresso das mulheres no ensino superior brasileiro teve início no final do século XIX, expandindo-se de modo significativo em várias carreiras a partir dos anos setenta do século XX, gerando um processo que tem sido chamado de feminização. Com esse termo, entendemos que a literatura especializada se refere não apenas a um aumento estatístico, mas às interferências de gênero nas escolhas e no exercício das atividades profissionais. Consideramos ainda que tal processo é tributário de vários fatores, notavelmente os avanços da escolarização das mulheres, apontados em pesquisas de Nara AZEVEDO e Luiz Otávio FERREIRA (2006), bem como em um estudo posterior liderado por este último em 2008, por exemplo.A primeira pesquisa constata que as políticas educacionais implantadas no Brasil a partir da década de 1920, gradativamente institucionalizadas no período Vargas, favoreceram a inserção profissional das mulheres na academia e na produção do conhecimento, tendo impacto significativo nos sistemas de gênero (AZEVEDO; FERREIRA, 2006). A segunda dá continuidade ao tema e investiga a crescente escolarização das mulheres no nível superior a partir dos anos 40, indicando suas repercussões na institucionalização do conhecimento científico e na profissionalização da pesquisa. Os/as autores analisam artigos de quatro revistas científicas publicadas entre os anos de 1939 e 1969, observando que, embora aqueles elaborados pelas mulheres não atingissem nem mesmo a metade da produção masculina, constituíam um avanço em relação aos períodos anteriores (FERREIRA, AZEVEDO, Moema GUEDES, Bianca CORTES, 2008).Na década anterior, Maria Helena Bueno TRIGO (1994) constatou a importância da criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP), em 1934, para o ingresso das mulheres na academia e as consequentes mudanças de valores de gênero dentro e fora dessa instituição. O estudo sugere justamente que essa entrada em certas carreiras exerce, direta ou indiretamente, influência sobre escolhas e projetos profissionais, contribuindo para uma visão mais ampla das oportunidades e uma revisão dos valores tradicionais.Em um livro que se tornou um marco referencial na área, Fanny TABAK (2002) afirmou que até os anos 90 do século XX as carreiras científicas e tecnológicas ainda não eram uma prioridade para as estudantes do segundo grau. No caso da Medicina, a autora ressalta a feminização do campo a partir dos anos 70, lembrando, por exemplo, que na Universidade Federal do Rio de Janeiro, apenas 35% do contingente do curso de graduação eram compostos por mulheresno ano de 1977, ao passo que em1990 a proporção quase dobrava, chegando a 62%. Os dados levantados pela autora nessa instituição mostraram que uma situação semelhante ocorreu nas Engenharias, outra área ocupada majoritariamente pelos homens.Moema de Castro Guedes (2008), em uma perspectiva também histórica, focalizou a presença das mulheres nos cursos universitários e nas pós-graduações, situando-a no contexto das grandes mudanças da sociedade brasileira. A...
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