O diagnóstico por imagens das vias biliares e pancreáticas evoluiu significativamente a partir da década de 70, com as técnicas não-invasivas da ultra-sonografia (US) e da tomografia computadorizada (TC).Porém, a despeito das constantes evoluções da US e da TC, a colangiopancreatografia transparieto-hepática (CTPH) e a colangiografia retrógrada endoscópica (CPGRE) continuaram sendo consideradas por cirurgiões do aparelho digestivo como os métodos de imagem com maior precisão na avaliação das vias biliares, mesmo quando não se considera uma potencial ação terapêutica através da CTPH ou da CPGRE 1,2 . Em parte, a preferência dos cirurgiões por esses métodos de contrastação direta das vias biliares pode ser atribuída à relativa maior facilidade de compreensão de suas imagens, já que todas as informações são obtidas a partir de imagens nas quais os referenciais anatômicos estão presentes, dispostos em plano frontal.As imagens de TC, por sua vez, são obtidas no plano transversal e têm de ser reconstruídas mentalmente para que o cirurgião tenha, por exemplo, um entendimento do real ponto de obstrução das vias biliares em um determinado caso.As ressalvas dos cirurgiões para com as imagens geradas na US são ainda maiores, com a citação constante de que se trata de um método excessivamente operador dependente e que não apresenta todos os referenciais anatômicos necessários para o entendimento de suas imagens 2 . A colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM) foi descrita como uma técnica de diagnóstico por imagem das vias biliares e pancreáticas na qual as imagens são apresentadas de forma semelhante ao que ocorre nos mé-todos de opacificação direta das vias biliares (CTPH e CPGRE) 1-3 . DESCRIÇÃO DO MÉTODONão é nosso objetivo, neste trabalho, discutir a física da ressonância magnética, porém podemos dizer que as suas imagens baseiam-se na densidade protônica, no tempo de relaxamento T1, no tempo de relaxamento T2 e na existência de fluxo na estrutura analisada.Programando-se a aquisição das imagens para uma maior ponderação em T2, as estruturas com conteúdo líquido se apresentarão com um hipersinal (brancas nas imagens), enquanto as vísceras parenquimatosas terão graus variáveis de sinal (diferentes tons de cinza nas imagens).A CPRM baseia-se na obtenção de imagens acentuadamente ponderadas em T2, a tal ponto de praticamente eliminar o sinal residual das estruturas parenquimatosas e permanecer apenas com o hipersinal (branco na imagem) das estruturas com conteúdo líquido 1 . Estabelecendo-se a região do hipocôndrio direito e epigástrio como área de obtenção do sinal, conseguese uma imagem das vias biliares e pancreáticas.Como o sinal formador da imagem provém da natureza líquida da bile e do suco pancreático, não há necessidade de utilização de nenhum meio de contraste.Outras estruturas com conteúdo líquido que se projetem na região analisada também podem ser observadas, e por isto preconiza-se jejum prévio ao exame, para evitar presença de grande quantidade de líquido no estômago e duodeno.O tempo para a ...
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